Viana do Alentejo foi uma das mais importantes povoações do
Baixo Alentejo do século XV, com a sua posse no segundo Conde de Barcelos, D.
Afonso V, e depois para D. Pedro de Meneses fronteiro-mor de Ceuta.
Na vila estiveram por várias vezes reis portugueses, como D.
Fernando e D. João II. D. Manuel I deu-lhe novo foral em 1517.
O castelo é do tempo de D. Dinis, que em 1313 decidiu
muralhar a vila. Tudo o que se vê hoje é da reforma manuelina. A praça tem 2
portas e torre de menagem, as torres tem cobertura cónica, típica do Alentejo,
e muros rectos coroados por ameias de corpo largo, e dotados de adarves com
abertas e fretas para uso de tiro por setas. Do fosso e da ponte levadiça só
restam as memórias.
A Igreja de Nossa Senhora da Anunciação é a matriz da vila,
e um dos mais notáveis templos a sul de Portugal. A estrutura da igreja é rica
e complexa, tem cabeceira tripla com capela-mor e duas colaterais pouco
profundas. O tecto é abobadado com nervuras ogivais de traçado recto, com
pilares bem decorados. Possui coro alto. No exterior destacam-se os
contra-fortes com coroamento feito por ameias decorativas e pequenos pináculos.
O portal é uma obra-prima do manuelino com elementos de cariz vegetal, a Cruz
de Cristo e o Escudo Real, rematadas pelas esferas armilares no coroamento dos
pináculos. No interior algumas lápides tardogóticas e um frontal de azulejos
mudejáres de fabrico sevilhano.
Alvito começa a ter importância quando no século XII entra
na posse do genro de D. Afonso II, seu chanceler-mor, D. Estêvão Anes. Em 1279
passa para a ordem da Santíssima Trindade que tem um papel importante no
desenvolvimento da região, no final do século XIV já era vila importante, o que
leva já no século XV, o segundo Barão do Alvito, D. Diogo Lobo da Silveira, a
construir o Paço. D. Manuel I deu foral á vila em 1516.
O centro é um manancial de vestígios manuelinos, que estão
nas portas e janelas, mas também nas ombreiras de mármore, especialmente no
Rossio, Rua de Beja e Rua Nova.
A Igreja de Nossa Senhora da Assunção é a matriz de Alvito,
e é do século XII, mas hoje o que se pode ver é do reinado de D. João III. Aqui
estão o panteão dos barões do Alvito. A Igreja é de grande dimensão, com 3
naves pouco usuais em
Portugal. A zona mais nobre é o transepto onde estão os
túmulos da família Lobo da Silveira, barões de Alvito. No exterior as ameias
decoradas com os tradicionais alentejanos pináculos cónicos. A torre é do
século XVI.
O castelo ou paço foi mutilado pela pousada, destruindo o
único palácio doméstico manuelino que se mantinha inalterado há 5 séculos. A
torre de menagem é de tradição medieval com 25 metros de altura,
tendo outras 3 cilíndricas. As janelas são altas e as varandas duplas em estilo
mudéjar.
A Vidigueira começa a ser vila importante no século XIV,
entrando na orbita da Casa de Bragança em 1519, quando Vasco da Gama foi
nomeado Conde de Vidigueira e depois D. Francisco da Gama, vice-rei da Índia.
Do castelo pouco resta, apenas muros da torre de menagem.
A Ermida de Santa Clara foi igreja paroquial até 1540,
altura em que D. Francisco
Gama a manda reconstruir. Tem bela capela-mor manuelina, de 1520, tendo o corpo
refeito. O exterior também é manuelino com contrafortes de coroação com ameias
decorativas e pináculos cónicos, e portal singelo.
Beja sempre foi uma das mais importantes a sul do rio Tejo,
já o sendo no período romano e que se manteve no período islâmico, tendo D.
Afonso Henriques tentado conquistá-la, foi só em 1232 que ficou definitivamente
em posse do rei de Portugal.
Com D. Dinis foi reconstruído o castelo, mandados erguer
vários edifícios religiosos e estatais. Com a doação ao Infante D. Fernando,
marido de D. Beatriz, que fundaram a poderosa casa nobre e foram pais de D.
Leonor e de D. Manuel I. Aliás foi D. Manuel que a elevou a cidade.
No centro estão muitos edifícios manuelinos, como a janela
manuelina de duplo arco na rua dos Mercadores, de uma exuberância naturalista
única. O pelourinho fica na Praça da Republica, de 1521, embora alterado.
O castelo tem as maiores muralhas do baixo Alentejo,
conservando grande parte da estrutura manuelina, foi aumentado na época
islâmica, mas destruído pelas tropas cristãs. As últimas obras são de 1939. A grande torre de
menagem tem 60 metros
de altura, e forma quase oval. O castelo é pentagonal dentro da praça de armas,
ficando a torre de menagem num dos ângulos com os seus 3 pisos.
O Convento de Nossa Senhora da Conceição foi fundado por D.
Beatriz, mulher do Duque D. Fernando, e mãe de D. Manuel I, e remonta a 1469.
Teve o seu apogeu no século XVI quando D. Manuel I se torna rei de Portugal. O
exterior está alterado por obras, que lhe deu um aspecto neogótico, mas do
tempo do manuelino ficou o portal principal da igreja num belo gótico flamejante
do tipo da Batalha, e uma janela de arco duplos de traçado mudéjar. O claustro é
simples, mas destaca-se a porta do antigo refeitório, naturalista e com as
esferas armilares. A Sala do Capitulo tem decoração com azulejos de aresta do
tipo sevilhano em estilo mudéjar. Neste espaço está actualmente o Museu
Regional de Beja.
Serpa foi sempre terra de fronteira, primeiro de Castela e
depois de Portugal no século XIII, Foi terra árabe, mas começou a ter mais importância
no século XV, tendo sido desta época a construção da maioria das casas, a
reforma do castelo e a construção de conventos.
Moura já era terra antiga, antes da ocupação islâmica em
711, mas só ganhou uma vida pujante com D. Sancho II que a conquistou em 1232,
o foral foi-lhe dado em 1292. Sendo terra de fronteira teve o seu castelo já no
período árabe. D. Manuel I desenvolveu a vila dotando-a de nova igreja matriz,
nova alcáçova, e um convento. O castelo recebeu obras de beneficiação no século
XII. Desta época restam alguns panos de muralha, feita em taipa e torres cilíndricas
ou cubos. No tempo de D. Dinis recebeu novas obras e de que restam a torre de
menagem.
A Igreja de São João Baptista, actual matriz da cidade, era
até ao século XV uma pequena ermida, pois a antiga ficava dentro do reduto do
castelo. Da ermida nada ficou, e o que se vê hoje é um belo portal, semelhante
ao da Igreja Matriz da Golegã, num exterior sóbrio. Tem forte torre lateral,
com porta axial, idêntica do da matriz de Viana do Alentejo. O interior tem
arcadas elegantes que dividem as 3 naves, e cabeceira tripla, coro alto, púlpito
e porta lateral manuelina.
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