Durante toda a Idade Média, e especialmente na época áurea dos
Descobrimentos, a cidade de Évora conhece um esplendor único na história
portuguesa. A dinastia de Avis tinha um carinho especial pela cidade, o que os
levou a beneficiar a cidade. Foi aqui o casamento do filho de D. João II com a
filha dos reis católicos. A grandeza da cidade fez com que vilas como
Arraiolos, Vidigueira e Olivença, se enchessem com nobres pois queriam estar
junto ás cortes de D. João II, D. Manuel I e D. João III. Também D. Nuno
Alvares Pereira teve aqui residência. Já na época manuelina era uma referência
em toda a Europa, pela sua beleza e pela diversidade das suas gentes:
muçulmanos, judeus e cristãos habitavam dentro das suas muralhas com torres. Tal
a sua beleza que a Unesco a declarou património mundial em 1983.
A cidade é um hino ao manuelino, tal a profusão de edifícios
neste estilo, a começar pelas suas muralhas.
Destacam-se a Igreja de São Francisco, que é originária do
convento do século XIII, e sempre foi protegida pelos monarcas. O templo é um
dos mais luxuosos da época manuelina. Acede-se do templo por um alpendre de
cantaria, e um portal de mármore com os símbolos do rei D. Manuel I. O interior
é de uma só nave com abóbada rica na capela-mor, e decoração naturalista. Os
altares barrocos têm pinturas da renascença. A Sala do Capitulo também é manuelina.
O Convento dos Lóios é muito elegante com dossel em forma de
tenda, sustentado por dois anjos a fazer lembrar o Mosteiro da Batalha. A
igreja é de uma só nave e tem uma exposição de algumas peças da colecção da
casa do cadaval, dona do espaço, túmulos renascentistas, lápides tumulares de
bronze de origem nórdica, os túmulos de D. Rodrigo de Melo e de D. Isabel de
Menezes, a lápide de Rui Pais e esposa (a mais bela de todas), que mostra o
casal a orar. Grande parte do convento foi transformado em pousada, o claustro é
do século XVI de 2 pisos, e a Sala do Capitulo é uma obra emblemática do mudéjar
alentejano.
Arraiolos teve uma grande importância na Idade Média porque
foi propriedade de D. Nuno Alvares Pereira, que a doou ao neto, o segundo Duque
de Bragança em 1422, entrando assim na posse da Casa de Bragança. D. Manuel I
deu-lhe foral em 1514. Criou uma importante industria de tapetes artesanais no
século XVII, com desenhos de cariz oriental, inspirada nos tapetes turcos,
persas e indianos, e que colocou o nome da vila no imaginário português, e
conhecida além-fronteiras.
O portal do Hospital do Espírito Santo, que foi fundado em
1409, é de 1525 e foi mandado construir por D. Jaime, Duque de Bragança. O
pelourinho erguido em 1535 está assente sob 4 degraus, com um fuste em espiral
e pinha no cimo, devido ao restauro de D. José, e ferros em cruz deitados.
O Castelo é de D. Dinis, de 1304, com cerca redonda e que
contem o Paço dos Alcaides. A Torre de Menagem foi remodelada em 1485, e a Igreja
do Salvador é de 1271, embora o que se vê hoje é do século XVI. A abóbada é
cruzada gótica, mostra que foi aproveitada a antiga estrutura aquando da
renovação manuelina. Também a sacristia conserva a estrutura tardogótica.
O Convento de Lóios é de 1527, com ajuda real, especialmente
do rei D. João III e de D. Jaime. A zona da igreja é a mais antiga com portal
naturalista, típico manuelino. O interior provoca uma impressão poderosa, tal a
profusão de azulejos em contraste com o tecto branco.
Montemor-o-Novo teve origem num povoado romano, ampliado por
Godos e Muçulmanos. D. Afonso Henriques toma-a em 1160, mas só fica
definitivamente na posse do reino de Portugal em 1203 com d. Sancho I que lhe dá
foral. A importância da vila na Idade Média era tanta que aqui decorreram as cortes
de 1477 e 1481. Foi na sua alcáçova que D. Manuel I investiu Vasco da Gama no
comando da esquadra que seguiu para a Índia, em Janeiro de 1497. O mesmo rei
tomou posse da vila em 1498, dando-lhe novo foral em 1503.
O centro da cidade conserva ainda muitas construções
medievais e do século XVI.
O castelo é árabe mas foi alterado no reinado de D. Dinis. Tem
mais de um quilómetro de perímetro. Na Alcáçova está o Palácio Real, com as
armas manuelinas sobre a entrada da Casa da Guarda da Porta da Vila. A Torre do
relógio com 20 metros
de altura é muito típica do manuelino alentejano.
Também na cidade a Ermida de Nossa Senhora da Visitação e a
Igreja de São Pedro são dignas de visita.
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