A origem da cidade da Guarda deveu-se a D. Sancho I, que a
dotou de gente e fortaleza, e que mudou a sede episcopal de Idanha-a-Velha para
a Guarda em 1203. o entro histórico estava protegido por uma cerca circular,
tendo as ruas sido organizadas irregularmente, aproveitando a natureza do
terreno, e de acordo com a orientação das cincos portas medievais que são
estreitas e sinuosas.
Algumas casas são manuelinas e mesmo anteriores,
especialmente na Rua Direita e na dos Clérigos. Também aqui viveu uma
importante comunidade judaica que tinha uma porta na muralha, determinada por
D. Pedro I, e que se manteve depois da conversão forçado dos judeus em 1498.
Do castelo medieval pouco se conserva, as torres da cerca, a
torre de menagem, três portas e alguns troços de muralha. Foi erguido por D.
Sancho I no fim do século XII.
A Sé catedral foi começada em 1392, sendo a cabeceira e o
transepto góticos. Em 1504 as obras recomeçaram e deram-lhe o aspecto actual. È
uma igreja que parece uma fortaleza, com 2 torres octogonais na frontaria, com
um portal naturalista. O interior tem 3 naves de altura desigual sob pilares,
transepto saliente, e cabeceira tripla com a capela-mor muito maior do que as
colaterais. A Capela de D. João de Pina á esquerda tem portal renascentista,
com estrutura tardogótica de tradição manuelina, com túmulo faustoso.
A cidade de Pinhel é da mesma época da Guarda, sendo o seu
primeiro foral de 1209. Importante para a cidade foi a instauração da feira
anual por D. Fernando. Em 1510 D. Manuel I dá-lhe novo foral.
O castelo remonta á fundação da vila no século XII, mas o
que se vê hoje é manuelino, a torres de menagem é grande e robusta e tem uma
das mais belas janelas manuelinas de toda a Beira, naturalista. Existiam outras
torres mas hoje apenas estão duas de pé.
A Igreja de Misericórdia conserva a sua fachada manuelina de
decoração simples, tal como o seu pelourinho também manuelino.
Castelo Rodrigo é uma das aldeias históricas, num morro
junto á fronteira, e passou para terras portuguesas no reinado de D. Dinis pelo
Tratado de Alcanizes. D. Manuel I dá-lhe foral em 1508 e reforma a vila,
dando-lhe o aspecto actual. O primeiro castelo português foi aqui construído no
século XIII a mando de D. Dinis. Apesar das destruições, a ultima já no século
XIX, mantêm o aspecto manuelino com fortes torres redondas.
A Igreja Matriz, de Nossa Senhora do Reclamador, mantêm a
estrutura manuelina, apesar das remodelações, sendo longa e baixa. No interior
destacam-se esculturas flamengas, e um calvário e São João Baptista do século
XVI de inspiração nórdica, raros em Portugal. O pelourinho é manuelino de gaiola.
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