quinta-feira, 23 de outubro de 2014

Porto Manuelino

Foi no Porto que o Infante D. Henrique recrutou a maioria dos homens para a primeira expansão portuguesa em 1415. Também o Infante nascera na cidade, na Ribeira.
O facto de os habitantes terem fornecido as carnes para a expedição, e terem ficado só com as tripas, deram origem á alcunha de tripeiros.
A sua prosperidade e as trocas comercias com a Galiza, fizeram o seu desenvolvimento. A cidade o principal pólo comercial da região norte desde o século XII.
O desenvolvimento posterior ao século XVI fez com que se destruísse muito do deu património manuelino.
Um dos que resistiu está na Igreja de São Francisco, um dos primeiros edifícios do gótico português, mas foi coberto por camadas de talha barroca e rococó. Aqui está a capela de João Carneiro ou Capela do Desagravo, uma verdadeira jóia arquitectónica do manuelino.

Na margem esquerda do Rio AVE, a igreja Matriz de Azurara, com o corpo de 3 naves e 5 tramos com arcadas longitudinais simples, sob pilares oitavados, cobertas de madeira e cabeceira abobadada com nervuras tardogóticas e a cruz de Cristo no altar-mor. O portal axial tem elementos naturalistas e pilares torso, a torre com sinos é do final do século XVI.

Vila do Conde teve origem num castro junto ao Rio Ave, mais tarde seria uma vila romana com exploração agrícola. No século X existe já um documento que fala da vila. No início do século XIV a vila passa a pertencer ao Infante D. Afonso Sanches, filho de D. Dinis e de D. Teresa Martins, filha do Conde de Barcelos. Torna-se um dos principais portos nacionais, o que faz com que D. Manuel I em 1516 lhe dê foral, deixando de estar sobre o domínio das freiras do Convento de Santa Clara, o que levou a uma renovação da vila.
A Igreja Matriz é dos mais bem conservados monumentos manuelinos do norte de Portugal. O portal é igual ao da igreja de Azuaga em Espanha. O interior é de 3 naves separadas por arcaria simples e cobertura de madeira, abobodamento de cabeceira tripla, com belas nervuras manuelinas. O falso transepto das capelas do cruzeiro são de nervuras curvas e chaves de fina decoração vegetalista.

O Convento de Santa Clara conserva grande parte da sua estrutura gótica. Fundado por D. Afonso Sanches e D. Teresa Martins. A sua capela funerária tem estátuas jacentes nos túmulos, sendo os lados decorações com cenas da vida de Cristo, obra da transição do gótico para o renascimento. 

Sem comentários: