Foi no Porto que o Infante D. Henrique recrutou a maioria
dos homens para a primeira expansão portuguesa em 1415. Também o Infante
nascera na cidade, na Ribeira.
O facto de os habitantes terem fornecido as carnes para a
expedição, e terem ficado só com as tripas, deram origem á alcunha de
tripeiros.
A sua prosperidade e as trocas comercias com a Galiza,
fizeram o seu desenvolvimento. A cidade o principal pólo comercial da região
norte desde o século XII.
O desenvolvimento posterior ao século XVI fez com que se destruísse
muito do deu património manuelino.
Um dos que resistiu está na Igreja de São Francisco, um dos primeiros
edifícios do gótico português, mas foi coberto por camadas de talha barroca e
rococó. Aqui está a capela de João Carneiro ou Capela do Desagravo, uma
verdadeira jóia arquitectónica do manuelino.
Na margem esquerda do Rio AVE, a igreja Matriz de Azurara,
com o corpo de 3 naves e 5 tramos com arcadas longitudinais simples, sob
pilares oitavados, cobertas de madeira e cabeceira abobadada com nervuras
tardogóticas e a cruz de Cristo no altar-mor. O portal axial tem elementos
naturalistas e pilares torso, a torre com sinos é do final do século XVI.
Vila do Conde teve origem num castro junto ao Rio Ave, mais
tarde seria uma vila romana com exploração agrícola. No século X existe já um
documento que fala da vila. No início do século XIV a vila passa a pertencer ao
Infante D. Afonso Sanches, filho de D. Dinis e de D. Teresa Martins, filha do
Conde de Barcelos. Torna-se um dos principais portos nacionais, o que faz com
que D. Manuel I em 1516 lhe dê foral, deixando de estar sobre o domínio das freiras
do Convento de Santa Clara, o que levou a uma renovação da vila.
A Igreja Matriz é dos mais bem conservados monumentos
manuelinos do norte de Portugal. O portal é igual ao da igreja de Azuaga em Espanha. O interior é
de 3 naves separadas por arcaria simples e cobertura de madeira, abobodamento
de cabeceira tripla, com belas nervuras manuelinas. O falso transepto das
capelas do cruzeiro são de nervuras curvas e chaves de fina decoração
vegetalista.
O Convento de Santa Clara conserva grande parte da sua
estrutura gótica. Fundado por D. Afonso Sanches e D. Teresa Martins. A sua
capela funerária tem estátuas jacentes nos túmulos, sendo os lados decorações
com cenas da vida de Cristo, obra da transição do gótico para o renascimento.
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