quarta-feira, 15 de outubro de 2014

O manuelino Ribatejano

Santarém é hoje sede de distrito, e capital da região do Ribatejo. Tal se deve á sua situação privilegiada e á natural navegabilidade do Rio Tejo, tendo sido no tempo dos romanos e árabes, a segunda urbe a seguir a Lisboa, e que se manteve durante toda a Idade Média, com a sua economia fortemente ligada á agricultura e pecuária.
Foi em 15 de Março de 1147 que as tropas de D. Afonso Henriques a conquistam definitivamente (já tinham estado em poder do rei entre 1093 e 1110).
A proximidade dos paços reais de Almeirim e Salvaterra aumentaram a sua importância e tamanho, em 1537 era a quarta maior cidade portuguesa (mais de 13 000 moradores).
A última metade do século XVI e a primeira do século XVII foi riquíssima em obras devido aos jesuítas e á nobreza.

A Igreja de Marvila foi das primeiras a ser construída, logo após a conquista em 1147. Dessa altura é a cabeceira da igreja e o belo portal, tendo o resto sido reconstruído após o terramoto de 1531. O Portal é do mais exuberante naturalismo. No interior o arco triunfal da capela-mor, as abóbadas tardo góticas das capelas colaterais, as arcarias das naves, a cobertura de azulejos do século XVII são dignos de visita.
A Igreja de São João do Alporão é românica, e tem dos primeiros portais góticos portugueses, a parta superior é do século XIV e a charola do século seguinte. Hoje é museu arqueológico, no seu interior está a sepultura de D. Duarte de Menezes e de João e Martim Docem.
A Igreja da Graça é gótica dos séculos XIV e XV com fachada em gótico flamejante e com os túmulos de D. Pedro de Menezes, e a campa rasa de Pedro Alvares Cabral. O interior é grande e simples influenciado pelo mestre Afonso Domingues.

Na Golegã está a Igreja de Nossa Senhora da Conceição, sua matriz.
A vila sempre foi ponto de passagem viário da região e ligada ao cavalo.
Do tempo de D. Manuel I a igreja é um hino do manuelino, sendo um dos mais originais do género, a fachada, as 3 naves e a cabeceira, tiveram acrescentos barrocos e os azulejos. O portal é riquíssimo com alusão ao rei, a Cruz de Cristo e rico naturalismo. No interior a capela-mor com abóbada de nervuras, e a misula com a virgem e o menino das oficinas manuelinas de Coimbra.


Na Atalaia a Igreja Matriz foi mandada construir por D. Pedro de Meneses, senhor de Cantanhede e Tancos. Data de 1528 como indicado numa pilastra da capela-mor. De uma só nave com cabeceira abobadada muito ao estilo da época, (como no Convento de Cristo em Tomar), e possivelmente de João de Castilho. O portal foi a primeira obra de João de Ruão em Portugal, tem arco em caixotões com as imagens de São Paulo e São Pedro. 

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