quinta-feira, 16 de outubro de 2014

Tomar manuelino

A cidade tem origem romana, situada entre Olissipo e Brácara Augusta, a quem ligava a estrada imperial. Foi depois baptizada de Nabância pelos suevos em 570, e depois visigótica. Os árabes tomaram-na em 716.
So depois de 1147, com D. Afonso Henriques e os Templários voltou a ganhar importância. Gualdim Pais, mestre da ordem instalou-se no alto do morro. Passou depois para a Ordem de Cristo.
A vila em baixo foi-se desenvolvendo á sombra do convento. Só em 1529 quando a ordem passou a conventual é que a vila passou a ser mais independente dos frades.
Só no século XVI é que Tomar passa para o outro lado do rio Nabão.

A Igreja Matriz é dedicada a São João Baptista, das mais antigas de Tomar, reconstruída no século XVI. Os portais são do melhor gótico flamejante português. No interior as boas arcadas que separam as naves, o púlpito em desenho flamejante raro em Portugal, a capela-mor de cruzaria ogival, o retábulo-mor pintado por Gregório Lopes e de que restam 6 pinturas, actualmente nas paredes laterais: A missa de São Gregório, a Ultima Ceia, Abraão e Melquibezeque, a Apanha do Maná, a Degolação de São João Baptista, e a Apresentação da Cabeça a Herodes.

A Sinagoga é um dos sinais da importante comunidade judaica que aqui existiu. A estrutura está intacta, tendo sido fechada aquando das proibições de D. Manuel I, sendo depois uma cadeia, uma capela e um celeiro.
Tem 9,5 por 8 metros, abóbada de tijolo em aresta viva, suportado por elegantes pilares com apiteis decorados, tal como as misulas laterais. Pensa-se datar de 1460. O chão do templo está abaixo do nível da rua.
O sistema acústico era feito por bilhas que se encontravam em alvéolos nos cantos da sala.

O Convento de Cristo é do Século XII, e foi erguido no castelo quando os Templários vieram vindos do Morro de Ceras. Foi neste local que as tropas de Gualdim Pais lutaram contra Al-Mansur em 1190.
A Igreja é um octógono rodeado por um deambulatório delimitado por um polígono de 16 lados.
Á sua volta as dependências conventuais, sendo os claustros da lavagem e do cemitério de 1319, da época em que o Infante D. Henrique era administrador da ordem. O primeiro tem dois andares, mas o segundo embora mais pequeno é mais rico e tem o túmulo de D. Diogo de Gama, manuelino.
A Charola foi alterada nesta época manuelina, com esculturas de madeira policromadas, 17 ao todo com 2 metros de altura, representando Nossa Senhora, São João Evangelista, apóstolos, doutores da igreja e profetas.
A Fachada é de um naturalismo barroco nunca visto, numa homenagem ao rei D. Manuel I. A famosa janela do Claustro real é de traçado hiper-naturalista.

O antigo cadeiral foi destruído pelas tropas francesas aquando das invasões napoleónicas, e que restam apenas 2 anjos que sustentam os escudos com as armas de Portugal, e da Ordem de Cristo. 

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