quinta-feira, 30 de outubro de 2014

Manuelino entre o Lima e o Minho

Entre os rios Minho, que faz fronteira com a Galiza, Espanha, e o Rio Lima, fica a sub-região do Alto Minho. Terra de grande influência der Santiago de Compostela, onde esteve sob alçada antes e mesmo depois da criação do reino de Portugal.

Viana do Castelo é a principal cidade da região e a sua capital. Teve origem num povoado de seu nome átrio, que já existia no século XII. Foi o rei D. Afonso III que a rebaptizou como Viana, em 1258, e lhe deu foral.
Na época manuelina estava em franco crescimento, devido a estar a vila sob alçada da casa real, tendo o delegado do rei, João Gonçalves de seu nome, sido responsável pelo povoamento. A foz do Rio Lima era um porto natural excelente para o fundeamento de navios de largo calado. Aqui partiam gente para África, América do Sul, Oriente, mas também o comércio que vinha do norte da Europa e das ilhas britânicas. Por isso era atacada por corsários, sobretudo espanhóis e franceses, o que leva o rei D. Manuel I a mandar construir a Fortaleza da Barra. Por isso a estrutura da cidade ainda é hoje de raiz manuelina, mesmo após o desaparecimento das suas muralhas.
Dentro do centro histórico as casas manuelinas, como as de Pêro Galego, com uma caravela em relevo, a Casa de Pedro Tourinha, com estrutura gótica, donatário de Porto Seguro no Brasil. Mas a mais imponente é a Casa da Carreira, mandada construir por Fernão Brandão em 1527, e que serviu em África.
A Igreja de Santa Maria Maior é a Sé de Viana do Castelo, e foi construída no século XV. Na fachada as armas do rei D. João II, e o escudo de D. Justo Baldino, bispo de Ceuta, e que em 1478 foi nomeado administrador da comarca de Valença. No interior permanecem as capelas manuelinas dos Mareantes, do Santo Cristo, dos Fagundes e dos Camarido. Na fachada duas torres de menagem com magnifico portal. O interior é de 3 naves e no altar um conjunto de pinturas flamengas de 1520, com a Lamentação Sobre o Corpo de Cristo. Também dentro do templo o tumulo magnifico de João Velho.

Caminha fica na foz do Rio Minho, e também se desenvolveu no período dos Descobrimentos. Já existia no século X como povoação de pescadores. D. Afonso III manda-a fortificar. D. Dinis dá-lhe foral em 1284. A vila mantém a sua estrutura manuelina, apenas tendo sido alterado o adro da Igreja Matriz. O núcleo histórico conserva casas da época manuelina.
A Igreja Matriz, de Nossa Senhora da Assunção, foi iniciada em 1488 pelo mestre Tomé de Tolosa, mas quem a conclui foi Pêro Galego. Tem uma notável torre sineira, o interior de 3 naves e a grande capela da Confraria dos Navegantes, é da mais elegantes da região.


Vila Nova da Cerveira é de iniciativa de D. Dinis, de 1320, que lhe deu foral uma ano depois, e que foi renovado em 1512 por D. Manuel I, conservando ainda o pequeno castelo quatrocentista em elipse. 

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