quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

A caminho da liberdade


Em Fevereiro de 1943, os britânicos tiveram conhecimento do fabrico de bombas na fábrica de Drakenburg, para arrasar a cidade de Londres.
Os alemães estavam a comprar volfrâmio para o fabrico de foguetes para o seu lançamento. A Checoslováquia e a Espanha forneciam a Alemanha nazi, e o preço subiu 40 vezes.
Em Portugal, as Minas da Panasqueira estavam em propriedade de ingleses. Albert Speer, ministro de guerra de Hitler desloca-se a Lisboa para convencer Salazar a vender-lhe volfrâmio. Foi pago em ouro roubado aos bancos centrais da Holanda, Noruega, Bélgica, França e Itália.

Portugal passa a ser um pólo de espiões de ambos os lados da guerra. Os comunistas, os católicos liberais e outros democratas uniram-se na luta antifascista.
Norton de Matos assume o papel de líder desta luta. Ele tinha entrado em confronto com Salazar por não concordar com a lei em que se aboliam os direitos dos trabalhadores africanos, e a politica do cultivo intensivo de algodão em Angola, em vez de alimentos para a população, aumentando assim a fome.
Salazar reprimiu brutalmente as manifestações, e de nada valeu os protestos dos empresários têxteis acerca da má qualidade dos fios. Mas os mais organizados e tenazes eram os comunistas.

Os Açores estavam a ser utilizados pelos alemães como porto seguro para os seus submarinos, e que a partir dai atacavam as colunas de braços com mantimentos para a Grã-bretanha. Os Açorianos muito ligados aos Estados Unidos repudiaram esta situação.
A situação muda no verão de 1943, Salazar cede ás exigências dos aliados em troca dos paradeiros de importantes antifascistas. Uma onda de prisões varre Portugal. Tal facto leva Grahma Greene a demitir-se do MI6 em protesto.
Foi Dusco Popou, um Joguslavo que vivia no Estoril que deu aos alemães a falsa informação de que os aliados iam invadir a Europa por Calais, e não pela Normandia. Deu origem ao primeiro romance de James Bond, Casino Royal.
Foi em Lisboa que os alemães anti-nazis se instalaram.

O grande herói português na Segunda Grande Guerra foi Aristides Sousa Mendes, cônsul de Portugal em Bordéus, que emitiu milhares de vistos a Judeus aquando da invasão alemã de França em 1940. Ele e a sua família ajudaram famílias inteiras a conseguir vistos de saída da França ocupada. Estima-se que foram salvos, pelo menos, cerca de 30 000 Judeus, além de outros perseguidos.
Foi julgado em segredo e afastado do seu posto. Em 1967 Israel presta-lhe homenagem atribuindo-lhe o título de “justo entre as nações”.
Aquando da vitória dos aliados, a população portuguesa sai á rua a festejar a vitória. Salazar assusta-se e promete eleições livres, que nunca se concretizam.
Uma petição com mais de 300 000 assinaturas exige o cumprimento da promessa. Salazar despediu de imediato todos os funcionários públicos que a assinaram, bem como os professores. As eleições realizam-se sem qualquer candidato da oposição.

Salazar assusta os aliados com o “papão dos comunistas” e a “ameaça comunista” que a guerra-fria provoca.
Henrique Galvão, protegido de Salazar, visita Angola e Moçambique, e fica chocado com a realidade. Escreve um relatório sobre a situação, mas é apreendido pela PIDE. Tal relatório era demolidor sobre direitos humanos e da saúde dos povos, considerando-os como escravos ou pior. Tal relatório desapareceu.
Com o apoio da Grã-bretanha e dos Estados Unidos a Salazar, a vida da Resistência Portuguesa foi dificultada. Galvão foi preso e torturado, uma tentativa de envenenamento leva-o ao hospital de Santa Maria, de onde foge, disfarçado de médico, para a embaixada da Argentina.
Em Janeiro de 1961 lidera o assalto ao paquete Santa Maria. Salazar pede á NATO que capture o navio e enforque Henrique Galvão por pirataria.
O navio aporta ao Brasil onde é recebido como um herói.

Salazar reforça a opressão, vê perigo em tudo e todos, até nos jovens universitários que envia para as guerras coloniais.
A Índia toma Goa, Damão e Diu.
Humberto Delgado, que em 1958 se candidatou á presidência da Republica contra o candidato do regime, tem de fugir para o Brasil. A PIDE monta-lhe uma armadilha, e assassina-o em Espanha.

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