Passavam 24 minutos da meia-noite, é posto a tocar
“Grândola, Vila-Morena” na Rádio Renascença, no dia 25 de Abril de 1974. Era o
sinal do início da revolução que iria acabar com quase 5 décadas de ditadura.
Os Alfacinhas acordaram nessa quinta-feira com a s ruas
cheias de veículos militares e soldados.
Salazar tinha morrido em 1970. Hoje seria julgado em
tribunal internacional por crimes contra a humanidade, desde a tortura em
Portugal, passando pelas atrocidades cometidas em Africa e acabando com a
entrega de refugiados espanhóis ás mãos de Franco, e foragidos dos nazis.
A Salazar tinha sucedido Marcelo Caetano, seu delfim,
simpatizante do fascismo italiano. Tinha passado por vários ministérios e
organizado repressões da ditadura em Africa.
Foi acordado na madrugada do dia 25 pelo ministro da defesa,
e refugia-se no Quartel do Carmo. Foi ai que assinou a rendição.
Spínola recém-convertido á democracia, tinha sido apoiante
de Salazar e pró-nazi, toma o poder, dado de “mão-beijada”. Caetano era exilado
no Brasil, fugindo assim aos tribunais.
2 Mortos e 13 feridos. Foram as baixas da “revolução dos
cravos”. Várias famílias ricas, apoiantes do regime, fugiram do país. Tinham
enriquecido com a pobreza da maioria, a aparente paz do país, a ordem fez o
resto.
A Guerra Colonial, em 3 frentes, começa a mudar a opinião
dos portugueses. Em 1973 era óbvio que a guerra estava perdida, Spínola avisa
Marcelo Caetano que o admoesta, levando-o a demitir-se. Spínola edita em 1974 o
famoso livro “Portugal e o Futuro”.
No entanto a democracia não foi dada ao povo, um grupo de
militares de extrema-esquerda, com Otelo é cabeça tomam conta do poder.
Entra-se no chamado PREC, em que se fez acontecer um pouco
de tudo, desde bloqueios de estradas, ocupações e prisões.
Tudo o que era produtivo foi nacionalizado sem direito a
indemnizações.
Spínola tenta controlar a situação, mas tem de fugir para
Espanha.
Hemry Kissinger assusta-se com a situação e pede intervenção
dos Estados Unidos.
A censura é extinta, mas nos órgãos de comunicação são
colocados comissários políticos. Jornalistas fazem uma manifestação contra a
situação, mas é reprimida por Otelo.
Mário Soares e Álvaro Cunhal lutam pelo poder em Portugal. Mário
Soares era considerado pelos comunistas, um traidor.
Soares ganha popularidade, enquanto Cunhal é visto como um
novo ditador, desta vez de esquerda.
No entanto no dia 24 de Novembro de 1975, o general Ramalho
Eanes lidera uma contra- revolta contra os comunistas. Otelo é preso e julgado.
No dia 25 de Abril de 1976 realizam-se as eleições
democráticas que elegem Mário Soares como primeiro-ministro de Portugal.
Ramalho Eanes é eleito presidente da república.
Portugal herdou da ditadura a maior taxa de analfabetismo e
de tuberculose da Europa. Para Salazar manter as pessoas pobres e ignorantes,
era o ideal de felicidade que devia ser dado ao povo.
A vaga de refugiados das ex-colónias agrava a situação
económica de Portugal. Havia falta de gasolina e de dinheiro nos bancos.
Francisco Sá Carneiro sucede a Mário Soares, mas morre num
desastre de aviação, ainda hoje de causas desconhecidas.
A fuga de gente qualificada e capacitada, devido á ditadura,
cria problemas estruturais ao país.
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