Há várias histórias acerca da conquista da cidade de Lisboa
aos árabes, muitas fantasiosas como do cavaleiro Martin Moniz que supostamente
morreu entalado nas portas do castelo, e assim permitiu a entrada dos cruzados.
Durante 4 séculos Lisboa tinha estado fora do alcance dos
europeus. Quando chegaram as tropas de Afonso Henriques, Lisboa tinha uma
população de mais de 150 000 homens e respectivas famílias, muitos fugidos das
terras conquistadas pelos cristãos.
Quando chegaram já os Normandos e os Ingleses estavam a
atacar o castelo. Exigiram aos portugueses ficarem com todo o saque da cidade,
a que D. Afonso Henriques cede, prescindindo da quota-parte dos portugueses.
Depois seria repartida entre eles sendo isenta de impostos.
A batalha começa com violência entre ambas as partes, os
Normandos e Ingleses tomam a parte oeste, os bretões a zona ribeirinha, os
alemães, franceses e flamengos a leste.
Á sexta semana de batalha, um barco com muçulmanos tenta
chegar á margem sul, e é apreendido com cartas em árabe a pedir socorro aos
muçulmanos do castelo de Palmela, Évora e outros locais do sul, e que falam das
carências de pessoal e alimentos.
Os ingleses assaltam a cidade de Almada, onde fizeram 200
prisioneiros e trouxeram 80 cabeças decepadas, que empalaram em lanças e
puseram junto ás muralhas. Os árabes recuperaram as cabeças e levaram-nas para
o castelo.
Os cavaleiros passaram a colocar armadilhas com comida junto
ás muralhas, gozando com o sofrimento daqueles que eram apanhados nelas. O
cheiro a cadáveres era intenso ao fim de um tempo. Cada vez mais pessoas
famintas imã passando as muralhas para o lado dos cristãos, que a troco de
comida, pediam informações.
Após 15 semanas os alemães conseguem incendiar a muralha
leste.
Cinco homens são enviados para negociar a rendição com D.
Afonso Henriques, tendo sido impedidos de ser mortos pelos portugueses, tendo
portugueses e árabes assistido a uma violenta discussão entre normandos,
ingleses e alemães e flamengos sobre a divisão do espólio. O acordo estabelecia
que os habitantes entregariam todos os bens em troca da sua vida, e ser-lhes-ia
dada a liberdade, com excepção do governador e sua família. Mas assim que
abriram as portas os cruzados pilharam, mataram e violaram desenfreadamente.
Mataram muçulmanos, judeus e cristãos, e em nome de Deus tomaram a cidade.
Nomearam bispo de Lisboa o padre Gilbert de Hastings. Este
tentou a anglicização da igreja portuguesa com a vinda de padres ingleses e
normandos.
Muitos cruzados não quiseram regressar aos seus países, nem
viver na cidade que tinham arrasado. D. Afonso Henriques deu-lhes terras, na
zona de Vila Franca de Xira. Foi dado aos monges de Cister toda a zona hoje
definida como a Costa de Prata (de Óbidos á Nazaré e para interior até Leiria),
que eram livres de fazer as suas próprias leis. Dominaram e desenvolveram a
zona até á sua expulsão em 1834.
Revolucionaram a agricultura de tal maneira que hoje ainda
se mantém uma das zonas agrícolas mais produtivas de Portugal. Desenvolveram a
construção naval, as pescas, as compotas e conservas, a extracção de sal, a
salga e seca de peixe, os enchidos e o vidro.
Proibiram a escravatura nas suas terras, e tinham
trabalhadores assalariados, prestavam assistência social, proporcionava,
alimento aos famintos, assistência médica aos doentes, instrução para os
jovens, e apoio aos idosos.
Escolheram como capital o vale onde os rios Alcôa e Baça se
reuniam, e fundaram o Mosteiro de Alcobaça.
É o mais a sul dos 340 que os Cistercienses construíram na
Europa.
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