Nas suas incursões á Península Ibérica os Árabes aperceberam-se que o território era bem mais fértil do que na Africa Mediterrânica, a chuva abundante e o clima ameno.
O comércio estava na mão dos Judeus, que viram nos árabes a libertação do anti-semitismo pelos católicos.
Em Junho de 712, os árabes entram na Península Ibérica, e o Judeus abriram-lhes as portas das cidades de Sevilha. Merida, a capital da Lusitânia resistiu durante um ano, mas acabou por capitular. Noutros locais não foi quase derramado sangue.
Os árabes avançaram até Tours, a 200 km a sul de Paris, onde foram detidos.
Permaneceram quase 4 séculos (mais 2 séculos e meio em Espanha).
Estabeleceram a sua capital em Cadiz, e chamaram-lhe Al-Andaluz (terra de vândalos). O território da ex-Lusitania foi dividido em 3 emirados, Al-Qunu (actual Algarve), Al-Qasr (actual Alentejo) e Al-Balata (entre o Norte do Tejo e o sul do Mondego).
Importada de Alexandria, a irrigação foi introduzida pelos árabes, sendo uma técnica completamente nova para os Europeus. Importaram a bananeira, o coqueiro, a cana-de-açúcar, a palmeira, o milho e o arroz, incentivaram o cultivo da alface, cebola, cenoura, pepino, maçã, pêra, uva e figo. Isto tornou a alimentação portuguesa uma das melhores para um baixo índice de doenças cardíacas (hoje estudada pelos investigadores do norte da Europa).
Ao contrário dos Romanos, o sistema agrícola era baseado em terrenos familiares, de intensiva produção, onde se misturam várias culturas no mesmo terreno.
Os habitantes adoptaram a vida dos árabes, mas não a religião. Ficaram conhecidos como moçarabes. Os Judeus eram respeitados pelos árabes como o “povo do livro”.
A introdução de novas técnicas de construção, especialmente o azulejo, ainda hoje perduram.
Também a medicina evolui até níveis nunca vistos na Europa, especialmente a pediatria. Os seus desenvolvimentos, inclusive a técnica e instrumentos cirúrgicos, persistiu até ao século XVI.
A capital do Al-Gharb, Xelb (hoje Silves), era considerada a Bagdad do Oeste, frequentada por intelectuais e artistas vindos de todo o mundo.
Os árabes ficaram mais de um século no Algarve do que no resto do país.
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