Em 1521 a
fome em Lisboa era tanta que os pobres morriam de fome na rua sem sepultura.
Não se produzia nada, e tudo estava nas mãos dos
estrangeiros, desde o trabalho, ao comércio.
Em 1543 já se devia enormes quantias ao estrangeiro, enquanto
o rei se passeava em luxo por Lisboa. Tudo era ostentação, os abusos dos
portugueses eram frequentes nas possessões.
As praças de Marrocos só davam prejuízo, e em 1542 D. João
III decide abandonar Safim e Azanor, em 1549 abandona-se Arzila e Alcácer
Ceguer. Em 1640, quando Portugal reinstaurou na independência, Ceuta não
reconhece D. João IV, e permanece espanhola. Tanger é dada como dote de D.
Catarina de Bragança. Em 1769 D. José manda evacuar Mazagão.
Mas os problemas económicos de Portugal estão também ligados
á questão dos judeus. Eles e os árabes eram figuras de influência na sociedade
da época. Os Judeus eram trabalhadores e empreendedores, bons em ofícios
manuais, os árabes em comércio, profissões liberais e propriedades.
A prosperidade dos Judeus provoca a inveja, juntando-se á
sua usura, pois os Judeus dominavam o comércio de bens de primeira necessidade,
açambarcando os alimentos, e provocando o seu aumento de preços.
De vez em quando havia mortos, por isso D. João III tenta
instaurar o Santo Oficio.
Já D. João II mandara Judeus para Africa.
No Oriente a ferocidade da Inquisição foi uma das razões da
ruína nestas paragens.
Em Portugal a perseguição dos Judeus teve consequências
muito funestas, várias povoações ficaram desertas, outras perderam pujança
intelectual e comercial, e o país ficou desprovido de artificies e industria.
A Inquisição fez mais, castrou o pensamento humanista, tão
indispensável á saga dos Descobrimentos, tolhendo a opinião contrária á sua
doutrina, e tornando Portugal num país conservador, cinzento e fechado, e cujas
repercussões ainda hoje se sentem. Os Jesuítas serviram-se de todos os meios
para atingir os seus objectivos de poder.
Em boa verdade precisavam mais os europeus de serem
envagelizados, do que os indígenas de outros continentes.
São Francisco Xavier realizou conversões em massa no
Oriente, mais de circunstância do que perenes, e houve quem visse logo os
malefícios deste processo.
O Padre António Vieira foi mais eficiente no Brasil, e mesmo
em Portugal.
Tentou D. João III reformar os estudos em Coimbra, chamando
mestres estrangeiros, mas a Inquisição persegui-os, e o impulso humanista e
progressista de Portugal morre ai.
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