Filho do Infante D. Luis, segundo filho dos monarcas,
parasita do reino e de Violante Gomes, judia, mulher bonita alcunhada de “ A
pelicana e “ Pandeireta”. Manda-a enclausurar no Convento de Santa Maria de
Almoster quando se cansou dela.
Descura a educação do filho, mas são seus mestres Bartolomeu
dos Mártires e Jerónimo Osório.
Aos 20 anos António é diácono em Évora, ingressando em
Coimbra na Ordem de Malta.
Quando D. João III vai a Coimbra, D. António faz-lhe um
discurso em latim louvando D. Afonso Henriques.
Adorava a caça e os amores, fugindo de receber as ordens de
presbítero por serem inibidores do matrimónio.
O tio D. Henrique vê nele o seu sucessor no Santo Oficio,
mas D. António nega-lhe tal. Ele ia arranjando amantes por onde passava,
fazendo mesmo filhos, que nunca renegou, e isso era mal visto na corte.
Tornou-se um ser irascível sendo desterrado de Lisboa, indo
para Salvaterra de Magos e depois para Almeirim. Regressa a Lisboa depois da
subida ao trono de D. Sebastião, sendo nomeado governador de Tânger, tendo
depois sido dispensado pelo próprio rei.
Recusa-se a seguir a loucura de D. Sebastião para
Alcácer-Quibir, mas é obrigado a seguir com os demais. Aquando da chamada na
batalha, o rei omite-lhe o nome de propósito.
É um dos presos da batalha, mas um dos primeiros a ser
libertado.
Morto D. Sebastião reina em Portugal o cardeal D. Henrique,
com o problema de ter de resolver a trapalhada do rei morto, e a sucessão ao
trono. Nos termos da legalidade reinante, os pretendentes ao trono eram-no, por
esta ordem. Filipe II de Espanha, a Duquesa de Bragança e D. António.
A independência nacional deveria ter invertido esta ordem,
mas o D. Henrique assim não o entendeu, e beato como era, afastou os outros
dois pretendentes do trono, tendo desterrado mesmo D. António. Este bem tentou
demonstrar a sua legitimidade ao trono, mas o cardeal alegou a ilegitimidade do seu nascimento, excomungando-o e tirando-lhe todas as rendas e jurisdições.
D. António só tinha por si o povo, poucos nobres patriotas e
o bispo da Guarda. Todos os outros estavam do lado das pretensões espanholas.
Protestou em Roma, mas o papa estava do lado de Filipe II.
O rei espanhol bem tentou negociar com D. António, mas este
foi demasiado ambicioso.
A resistência foi fraca a nível militar. O Prior do Crato
fugiu para Inglaterra, com a ajuda do bispo da Guarda. Filipe II, agora I de
Portugal governava todo o país excepto a Ilha Terceira.
D. António junta-se ás tropas resistentes na ilha, mas causa
escândalo devido ao seu comportamento.
Filipe I manda para a ilha 15 300 homens para tomar a cidade
de Angra do Heroísmo.
D. António tinha em sua posse as jóias da coroa, e Filipe
pretendi-as. Sabe-se hoje que o Prior do Crato já não as tinha em seu poder na
altura, pois tinhas-as dado e vendido ao longo do seu exílio pela Europa.
Em 1595 morre em Paris.
Dos seus dois filhos que sobreviveram, Manuel e Cristóvão,
sabe-se que Cristóvão entrou ao serviço do sultão de Marrocos, e depois do
princepe de Nassau. Manuel casa com Emília, irmã do princepe de Nassau, contra
a vontade do próprio princepe, e são expulsos da corte. Manuel acaba mais tarde
por tomar partido da causa espanhola.
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