Em 1865, a Europa viu uma praga de filoxera (insecto parente do pulgão e originário da América), dizimar quase toda a produção vitivinícola, e que demorou 50 anos a debelar.
A vinha de Colares, situada junto ao mar e sob solos de areias, foi a única em Portugal que escapou ao flagelo.
Ganhou fama e a produção cresceu. No final do século XIX, a área de cultivo era de 1 000 ha, hoje não ultrapassa os 22.
O que torna os vinhos diferentes é mesmo o solo onde são plantadas as vinhas (Ramisco para os tintos e Malvasia para os brancos), numa zona carregada de humidade e temperaturas amenas, e pelas práticas artesanais.
Plantada sob chão argiloso e com estacas metálicas. As trincheiras escavadas atingem 4 metros de profundidade. Durante 4 anos a areia vais sendo reposta com aplicações de estrume, até o terreno estar ideal para a parreira dar frutos.
Pegam-se em canas secas e constroem-se barreiras de protecção, sendo as propriedades divididas por muros de pedra solta.
Para evitar que os cascos toquem no chão e aproveitem o calor da areia, são colocados pequenas estacas debaixo dos cachos.
O vinho é aromático com cheiro e sabor a frutos secos e vermelhos, de cor citrina.
A data de introdução não é de todo datável, uns dizem ser do tempo de D. Afonso III, outros do século XVIII.
O certo é que resistiu à filoxera e esperemos que resista à pressão urbanística.
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