É de datação duvidosa, e de muita polémica discussão, o que
se chama a época dos Descobrimentos. Alguns situam-na entre os reinados de D.
Manuel I e D. João II, outros incluem a obra do Infante D. Henrique, e alguns
começam a contar a partir da descoberta da Ilha da Madeira, outros apenas com a
passagem pelo Cabo Bojador.
Sendo exacto ou não, atrevo-me a datar a chamada “era das
descobertas” entre os anos de 1415 e 1536.
Poderá dizer-se que a reconquista de Ceuta aos mouros, com
D. João I, o primeiro rei da segunda dinastia, deu inicio a uma cruzada que
levou os portugueses além mar, e a povoar tantas terras, e a um estilo de arte
a que se chamou o manuelino.
Em 1428 o pintor Van Eyck faz uma viagem a Portugal e traz o
conhecimento do gótico europeu.
Em 1433 morre D. João I sucedendo-lhe D. Duarte, que tem um
reinado curto de 5 anos, iniciando a regência de D. Pedro em nome do rei D.
Afonso V, ainda menor.
Em 1449 D. Pedro morre na Batalha da Alfarrubeira.
Em 1450 Nuno Gonçalves é feito pintor do rei. No ano
seguinte morre o Infante D. Henrique, o mentor da gesta dos Descobrimentos.
Em 1471 dá-se a tomada de Arzila em Marrocos, sendo Nuno
Gonçalves eleito pintor das obras de Lisboa.
10 anos mais tarde morre D. Afonso V, iniciando-se o reinado
de D. João II
No seu reinado inicia-se, em 1485, a construção do
Convento dos Lóios em Évora.
Em 1490 D. Manuel, duque de Beja, manda edificar a Igreja de
São Tiago de Soure. Um ano mais inicia-se a Igreja dos Lóios em Évora.
Em 1492 funda-se o Hospital Real de Todos-os-Santos, em
Lisboa, e que desapareceu com o terramoto de 1755. Nesse ano em que Cristóvão
Colombo realiza a sua primeira viagem, os judeus são expulsos
de Espanha, e acolhidos em Portugal pelo rei D. João II. Dois anos depois, em
1494 é celebrado o Tratado de Tordesilhas. Funda-se a primeira tipografia em
Portugal, e João Rianho é nomeado mestre-de-obras da Igreja de Vila do Conde.
Em 1495 morre D. João II, e D. Manuel I é aclamado rei,
expulsando os judeus um ano mais tarde.
Em 1497 Vasco da Gama parte para a Índia.
Em 1498 fundam-se as Misericórdias. D. Manuel I manda
reedificar a Sé de Silves em 1499, decorrendo também grandes obras no Convento
do Carmo em Coimbra.
Em 1500 é descoberto, oficialmente, o Brasil por Pedro Alvares
Cabral. Começam obras importantes no Paço da Ribeira em Lisboa, para onde se
muda o rei e a corte, em 1501 inicia-se a construção do Mosteiro dos Jerónimos.
Em 1502 constrói-se o Convento de Santo António em Serpa, e
o Convento de São Domingos em Lisboa. Gil
Vicente tem o seu Auto da Visitação ou Monólogo do Vaqueiro,
representado na corte, em castelhano, a celebrar a maternidade da rainha, D.
Maria, mãe do futuro rei D. João III. Nasce Damião de Góis.
Em 1503 Nuno Vaz é nomeado mestre-de-obras da carpintaria da
cidade de Lisboa, decorrendo obras na Igreja de São Julião. Nesse ano
concluem-se as obras da Igreja da Misericórdia de Arzila, e constrói-se a
primeira feitoria em Cochim, Índia.
Em 1504 recomeçam as obras da Sé da Guarda, e terminam as da
capela-mor da Igreja da Colegiada em Barcelos, tendo no ano seguinte se
reiniciado as da sé de Viseu.
Em 1506 é concluída a Custodia de Belém, encomendada pelo
rei D. Manuel I á oficina de Gil Vicente. Pedro Afonso vai trabalhar para as
Canárias, Fernão Gomes é mestre-de-obras na Fortaleza de Quiloa, Tomás
Fernandes de fortificações no Indico, João Vaz na Fortaleza de Sofala em
Moçambique, e é construído o castelo da Ilha de Socotorá.
Em 1507 Tomás Fernandes começa a construção da Fortaleza de
Ormuz. Boytac inicia a reconstrução da Igreja de Santa Cruz em Coimbra, ao
mesmo tempo que faz as obras no Convento da Pena em Sintra. O Convento
de São Francisco e a Igreja Matriz da Ribeira Brava também estão em obras.
Em 1508 Jorge Afonso é nomeado pintor régio, e Francisco
Daudilho trabalha na recuperação das muralhas de Almeida, Castelo Rodrigo e
Castelo Bom. Terminam as obras da Igreja do Pópulo nas Caldas da Rainha,
decorrem obras no Convento da Conceição em Beja e Pedro Anes constrói a
Alfandega do Funchal. São feitas obras na Igreja de Santa Cruz na Ilha da
Madeira, e é ampliado o Paço da Vila de Sintra.
Em 1509 continuam as obras das Capelas Imperfeitas na
Batalha com Mateus Fernandes e Boytac. João Castilho acaba a capela-mor da Sé
de Braga, Iniciam-se as obras da Igreja de Cochim.
Em 1510 terminam as obras de São João Baptista em Tomar, ao
mesmo tempo que Diogo de Arruda começa a sua empreitada no Convento de Cristo.
Francisco de Arruda reedifica as muralhas de Moura, Mourão e Portel. Pêro
Galego constrói o Convento de Santa Ana em Viana do Castelo. Decorrem obras de
recuperação das muralhas de Lisboa e Évora, e iniciam-se as de Goa. Nesse mesmo
ano nasce Fernão Mendes Pinto.
Em 1511 João de Castilho toma de empreitada a finalização de
Igreja Matriz de Vila do Conde, enquanto decorrem as de Alcácer Ceguer, e se
edifica a Fortaleza de Malaca.
Em 1513 Diogo Pires-o-Velho constrói a Capela dos Almeida da
Igreja de Vouzela.
Em 1514 começam as obras da Igreja Matriz da Batalha,
enquanto Boytac trabalha no Mosteiro. Rodrigo Afonso começa a construção da
Capela de São Jerónimo em Belém (Lisboa). Iniciam-se as obras da Fortaleza de
Mazagão. Um ano depois Boytac dirige as obras do Mosteiro dos Jerónimos, e
começam as da Torre de Belem por Francisco de Arruda.
Em 1516 Boytac é substituído por João de Castilho nas obras
dos Jerónimos. É terminada a Sé da Guarda, e construída a Igreja de São Julião de
Setúbal. Em Arzila constrói-se o Convento de São Francisco.
Em 1517 Nicolau Chanterene trabalha no portal principal do
Mosteiro dos Jerónimos. Marco Pires encarrega-se das obras do Mosteiro de Santa
Cruz, e do Paço Real de Coimbra. Reiniciam-se as obras da Igreja Matriz de Azurara,
e iniciam-se as do Convento de São João em Setúbal, da Igreja de Nossa Senhora
da Assunção em Elvas, e do refeitório do Mosteiro dos Jerónimos. Terminam as
obras da Igreja Matriz da Praia da Vitoria.
Em 1518 João de Castilho acumula as obras dos Mosteiros dos Jerónimos,
e de Alcobaça. Inicia-se a construção do Convento de São Bernardo em
Portalegre,a Igreja Matriz de Mazagão em Marrocos, e o Convento de Santa Clara
em Estremoz.
Em 1519 Boytac trabalha no Mosteiro da Batalha. Edifica-se a
catedral de Safi em Marrocos. Pedro
Nunes é nomeado mestre-de-obras do Paço Real de Almeirim,
enquanto finaliza a Torre de Belém. Fernão de Magalhães parte para a sua viagem
de circum-navegação.
Em 1520 são executadas obras na Armaria de Lisboa, Mosteiro
de São Francisco de Lisboa, claustro do Convento de São Bernardo em Portalegre,
claustro de São Bento de Castris em Lisboa, Ponte de Ribeira Brava e Azamor.
Em 1521 morre o arquitecto Marcos Pires, terminando-se o Claustro
do Silencio de Santa Cruz de Coimbra. Realizam-se as obras da capela-mor da
Igreja de Machico, constrói-se o Convento de São Francisco em Goa. Morre D. Manuel I
sucedendo-lhe D. João III.
Em 1522 começa-se a fechar a abobada do Mosteiro dos Jerónimos
em Lisboa, e terminam-se as obras do claustro do Convento do Espinheiro em Évora.
No ano seguinte são feitas obras nas igrejas de Évora, Alcobaça, Cela,
Alvorninha e Aljubarrota.
Em 1524 Duarte Coelho edifica o claustro da Sé de Lamego, e
termina-se o Mosteiro de São Domingos em Lisboa.
Em 1525 começa-se a Capela dos Coimbra em Braga. Executa-se
o portal do Hospital do Espírito Santo de Arraiolos, acaba-se o castelo de
Celicut na Índia, e Brenardo Anes é eleito mestre-de-obras do Mosteiro de
Almoster.
Em 1527 amplia-se o Mosteiro de Santa Cruz, em 1528
termina-se a capela-mor da Igreja de Atalaia no Ribatejo, e em 1529 a capela-mor da Igreja
de Góis.
Em 1530 termina-se a Igreja de São Quintino em Sobral de
Monte Agraço, o Convento de São Bernardo em Portalegre, e o Paço da Audiência
de Lima no Peru.
Em 1531 morre Diogo de Arruda, sendo substituído pelo seu
irmão Francisco. Inicia-se a construção do castelo de Evoramonte, tendo no ano
seguinte acabado as obras da Igreja Matriz da Batalha.
Em 1533 iniciam-se as obras da Igreja Matriz de Ponta
Delgada, em 1535 a
capela de D. Fradique em Estremoz, e a ultima obra do manuelino em 1536 a Torre dos Azevedo em
Barcelos.
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