sexta-feira, 30 de janeiro de 2015

Cronologia do manuelino

É de datação duvidosa, e de muita polémica discussão, o que se chama a época dos Descobrimentos. Alguns situam-na entre os reinados de D. Manuel I e D. João II, outros incluem a obra do Infante D. Henrique, e alguns começam a contar a partir da descoberta da Ilha da Madeira, outros apenas com a passagem pelo Cabo Bojador.
Sendo exacto ou não, atrevo-me a datar a chamada “era das descobertas” entre os anos de 1415 e 1536.
Poderá dizer-se que a reconquista de Ceuta aos mouros, com D. João I, o primeiro rei da segunda dinastia, deu inicio a uma cruzada que levou os portugueses além mar, e a povoar tantas terras, e a um estilo de arte a que se chamou o manuelino.

Em 1428 o pintor Van Eyck faz uma viagem a Portugal e traz o conhecimento do gótico europeu.
Em 1433 morre D. João I sucedendo-lhe D. Duarte, que tem um reinado curto de 5 anos, iniciando a regência de D. Pedro em nome do rei D. Afonso V, ainda menor.
Em 1449 D. Pedro morre na Batalha da Alfarrubeira.
Em 1450 Nuno Gonçalves é feito pintor do rei. No ano seguinte morre o Infante D. Henrique, o mentor da gesta dos Descobrimentos.
Em 1471 dá-se a tomada de Arzila em Marrocos, sendo Nuno Gonçalves eleito pintor das obras de Lisboa.
10 anos mais tarde morre D. Afonso V, iniciando-se o reinado de D. João II

No seu reinado inicia-se, em 1485, a construção do Convento dos Lóios em Évora.
Em 1490 D. Manuel, duque de Beja, manda edificar a Igreja de São Tiago de Soure. Um ano mais inicia-se a Igreja dos Lóios em Évora.
Em 1492 funda-se o Hospital Real de Todos-os-Santos, em Lisboa, e que desapareceu com o terramoto de 1755. Nesse ano em que Cristóvão Colombo realiza a sua primeira viagem, os judeus são expulsos de Espanha, e acolhidos em Portugal pelo rei D. João II. Dois anos depois, em 1494 é celebrado o Tratado de Tordesilhas. Funda-se a primeira tipografia em Portugal, e João Rianho é nomeado mestre-de-obras da Igreja de Vila do Conde.
Em 1495 morre D. João II, e D. Manuel I é aclamado rei, expulsando os judeus um ano mais tarde.

Em 1497 Vasco da Gama parte para a Índia.
Em 1498 fundam-se as Misericórdias. D. Manuel I manda reedificar a Sé de Silves em 1499, decorrendo também grandes obras no Convento do Carmo em Coimbra.
Em 1500 é descoberto, oficialmente, o Brasil por Pedro Alvares Cabral. Começam obras importantes no Paço da Ribeira em Lisboa, para onde se muda o rei e a corte, em 1501 inicia-se a construção do Mosteiro dos Jerónimos.
Em 1502 constrói-se o Convento de Santo António em Serpa, e o Convento de São Domingos em Lisboa. Gil Vicente tem o seu Auto da Visitação ou Monólogo do Vaqueiro, representado na corte, em castelhano, a celebrar a maternidade da rainha, D. Maria, mãe do futuro rei D. João III. Nasce Damião de Góis.
Em 1503 Nuno Vaz é nomeado mestre-de-obras da carpintaria da cidade de Lisboa, decorrendo obras na Igreja de São Julião. Nesse ano concluem-se as obras da Igreja da Misericórdia de Arzila, e constrói-se a primeira feitoria em Cochim, Índia.
Em 1504 recomeçam as obras da Sé da Guarda, e terminam as da capela-mor da Igreja da Colegiada em Barcelos, tendo no ano seguinte se reiniciado as da sé de Viseu.
Em 1506 é concluída a Custodia de Belém, encomendada pelo rei D. Manuel I á oficina de Gil Vicente. Pedro Afonso vai trabalhar para as Canárias, Fernão Gomes é mestre-de-obras na Fortaleza de Quiloa, Tomás Fernandes de fortificações no Indico, João Vaz na Fortaleza de Sofala em Moçambique, e é construído o castelo da Ilha de Socotorá.

Em 1507 Tomás Fernandes começa a construção da Fortaleza de Ormuz. Boytac inicia a reconstrução da Igreja de Santa Cruz em Coimbra, ao mesmo tempo que faz as obras no Convento da Pena em Sintra. O Convento de São Francisco e a Igreja Matriz da Ribeira Brava também estão em obras.
Em 1508 Jorge Afonso é nomeado pintor régio, e Francisco Daudilho trabalha na recuperação das muralhas de Almeida, Castelo Rodrigo e Castelo Bom. Terminam as obras da Igreja do Pópulo nas Caldas da Rainha, decorrem obras no Convento da Conceição em Beja e Pedro Anes constrói a Alfandega do Funchal. São feitas obras na Igreja de Santa Cruz na Ilha da Madeira, e é ampliado o Paço da Vila de Sintra.
Em 1509 continuam as obras das Capelas Imperfeitas na Batalha com Mateus Fernandes e Boytac. João Castilho acaba a capela-mor da Sé de Braga, Iniciam-se as obras da Igreja de Cochim.
Em 1510 terminam as obras de São João Baptista em Tomar, ao mesmo tempo que Diogo de Arruda começa a sua empreitada no Convento de Cristo. Francisco de Arruda reedifica as muralhas de Moura, Mourão e Portel. Pêro Galego constrói o Convento de Santa Ana em Viana do Castelo. Decorrem obras de recuperação das muralhas de Lisboa e Évora, e iniciam-se as de Goa. Nesse mesmo ano nasce Fernão Mendes Pinto.
Em 1511 João de Castilho toma de empreitada a finalização de Igreja Matriz de Vila do Conde, enquanto decorrem as de Alcácer Ceguer, e se edifica a Fortaleza de Malaca.

Em 1513 Diogo Pires-o-Velho constrói a Capela dos Almeida da Igreja de Vouzela.
Em 1514 começam as obras da Igreja Matriz da Batalha, enquanto Boytac trabalha no Mosteiro. Rodrigo Afonso começa a construção da Capela de São Jerónimo em Belém (Lisboa). Iniciam-se as obras da Fortaleza de Mazagão. Um ano depois Boytac dirige as obras do Mosteiro dos Jerónimos, e começam as da Torre de Belem por Francisco de Arruda.
Em 1516 Boytac é substituído por João de Castilho nas obras dos Jerónimos. É terminada a Sé da Guarda, e construída a Igreja de São Julião de Setúbal. Em Arzila constrói-se o Convento de São Francisco.
Em 1517 Nicolau Chanterene trabalha no portal principal do Mosteiro dos Jerónimos. Marco Pires encarrega-se das obras do Mosteiro de Santa Cruz, e do Paço Real de Coimbra. Reiniciam-se as obras da Igreja Matriz de Azurara, e iniciam-se as do Convento de São João em Setúbal, da Igreja de Nossa Senhora da Assunção em Elvas, e do refeitório do Mosteiro dos Jerónimos. Terminam as obras da Igreja Matriz da Praia da Vitoria.
Em 1518 João de Castilho acumula as obras dos Mosteiros dos Jerónimos, e de Alcobaça. Inicia-se a construção do Convento de São Bernardo em Portalegre,a Igreja Matriz de Mazagão em Marrocos, e o Convento de Santa Clara em Estremoz.
Em 1519 Boytac trabalha no Mosteiro da Batalha. Edifica-se a catedral de Safi em Marrocos. Pedro Nunes é nomeado mestre-de-obras do Paço Real de Almeirim, enquanto finaliza a Torre de Belém. Fernão de Magalhães parte para a sua viagem de circum-navegação.

Em 1520 são executadas obras na Armaria de Lisboa, Mosteiro de São Francisco de Lisboa, claustro do Convento de São Bernardo em Portalegre, claustro de São Bento de Castris em Lisboa, Ponte de Ribeira Brava e Azamor.
Em 1521 morre o arquitecto Marcos Pires, terminando-se o Claustro do Silencio de Santa Cruz de Coimbra. Realizam-se as obras da capela-mor da Igreja de Machico, constrói-se o Convento de São Francisco em Goa. Morre D. Manuel I sucedendo-lhe D. João III.
Em 1522 começa-se a fechar a abobada do Mosteiro dos Jerónimos em Lisboa, e terminam-se as obras do claustro do Convento do Espinheiro em Évora. No ano seguinte são feitas obras nas igrejas de Évora, Alcobaça, Cela, Alvorninha e Aljubarrota.
Em 1524 Duarte Coelho edifica o claustro da Sé de Lamego, e termina-se o Mosteiro de São Domingos em Lisboa.
Em 1525 começa-se a Capela dos Coimbra em Braga. Executa-se o portal do Hospital do Espírito Santo de Arraiolos, acaba-se o castelo de Celicut na Índia, e Brenardo Anes é eleito mestre-de-obras do Mosteiro de Almoster.
Em 1527 amplia-se o Mosteiro de Santa Cruz, em 1528 termina-se a capela-mor da Igreja de Atalaia no Ribatejo, e em 1529 a capela-mor da Igreja de Góis.
Em 1530 termina-se a Igreja de São Quintino em Sobral de Monte Agraço, o Convento de São Bernardo em Portalegre, e o Paço da Audiência de Lima no Peru.
Em 1531 morre Diogo de Arruda, sendo substituído pelo seu irmão Francisco. Inicia-se a construção do castelo de Evoramonte, tendo no ano seguinte acabado as obras da Igreja Matriz da Batalha.

Em 1533 iniciam-se as obras da Igreja Matriz de Ponta Delgada, em 1535 a capela de D. Fradique em Estremoz, e a ultima obra do manuelino em 1536 a Torre dos Azevedo em Barcelos. 

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