domingo, 19 de outubro de 2014

Mondego manuelino

No reinado de D. Manuel I, Coimbra não era a cidade importante que é hoje.
No entanto desde os romanos que era uma urbe florescente, e a sua localização junto á fronteira natural que é o Rio Mondego.
Em 713 foi ocupada pelos árabes, que ai ficaram até 1064 quando foi reconquistada pelo rei de Leão, Fernando Magno.
D. Afonso Henriques escolhe Coimbra para capital do jovem reino, que se manteve até ao século XIII. D. Dinis instala em Coimbra os Estudos Gerais.
D. Manuel I manda edificar em 1505, a ponte sobre o rio e o hospital real.

A Sé Velha é do tempo dos visigodos (Século VI), mas o actual edifício é de 1164, mandado construir pelo bispo D. Miguel Salomão. 20 anos depois é aberta ao publico.
No início é-lhe acrescentado o claustro, em 1498 o retábulo mor, em 1502 os cerca de 10 000 azulejos (que hoje poucos subsistem no local original).
O retábulo é uma obra-prima em madeira dourada e policromada, sendo tardogótico.
O edifício tem esculturas de óptima qualidade. A meio a Nossa Senhora da Assunção, rodeada de anjos e apóstolos.

A Casa de Sub-Ripas é manuelina, sendo um dos melhores exemplares em Portugal. Foi construída sobre a muralha e englobou uma das torres, tendo sido começada em 1513 em naturalismo exacerbado, sendo as janelas e varandas todas diferentes, e o interior original.

A construção do Mosteiro de Santa Cruz começou em 1131, no local dos banhos régios, um antigo local de balneários muçulmanos ou mesmo romanos. A iniciativa foi de D. Afonso Henriques.
Em 1502 foi iniciada uma profunda remodelação, sendo a actual fachada de 1507. Em 1522 foi acrescentado o portal, com estátuas, sendo o interior de uma só nave, e com nervuras típicas do último gótico. O Coro Alto é de Diogo de Castilho de 1530.
Na capela-mor estão os túmulos de D. Afonso Henriques e de D. Sancho I, que foram aqui colocados em 1535.
O Claustro do Silencio tem estrutura e decoração exuberantes naturalistas. O Coro Alto é uma bela obra de marcenaria do gosto nórdico, evocando as viagens marítimas portuguesas, e as cidades a que aportaram. Nas divisórias dos cadeirais figuras de reis mouros, asiáticos e africanos aprisionados.

A vila de Montemor-o-Velho tem documentação que remonta ao tempo dos romanos, mas torna-se importante na época muçulmana. Teve a sua primeira tentativa de reconquista em 878, tendo só integrado o reino de Leão em 1064, por Fernando Magno. Integrada no Condado Portucalense em 1095, teve foral de D. Raimundo, genro do rei de Leão e governador de Coimbra. Passou depois para o senhorio de D. Teresa e D. Sancha, filhas do rei D. Sancho I.
Foi no seu castelo que o rei Afonso VI deu ordem para o assassínio de Inês de Castro.

O castelo tem castelejo, cerca principal, barbacã, cercado e reduto inferior. Teve grandes reformas no século XIV, mas a Torre de Menagem é original e em silhares romanos.

Dentro a Igreja de Santa Maria da Alcáçova do século XI, fundado por D. Sesnando. Reconstruída no século XVI tem 3 naves separada por pilares torsos, elegante portal lateral, lápides medievais, e azulejos mudéjares sevilhanos, que vieram da Sé Velha de Coimbra. 

Sem comentários: