Fica entre os rios Távora e Varosa, e faz parte da chamadas “Terras
do Demo”.
Junto ao Rio Balsemão, uns dos mais antigos monumentos da
região e mesmo do país, a Igreja de São Pedro de Balsemão, que é afluente da
margem esquerda do rio Varosa.
O templo é pré-muçulmano, suevo-bizantino, do século VI ou
VII. O que resta do edifício da época está no interior da igreja, reedificada
por Luís Pinto de Sousa Coutinho e sua mulher D. Catarina de Carvalho em 1643.
Curiosa a fachada da igreja de Figueira, já na descida para
o Rio Douro, no lado direito do Rio Varosa, com um friso de 10 anjos gémeos. A
igreja tem talha dourada na capela-mor e no arco triunfal. O tecto é de
caixotes pintados, emoldurados por madeira talhada e coberta a ouro. Tem
azulejos azuis e amarelos do século XV.
Mais a sul a Ermida de São Domingos da Queimada, local de
belas vistas, deste protector contra a esterilidade. O edifício é do século
XIII decorado a toda a volta com o escudo nacional. Curiosa a pedra-laje na saída
da sacristia, onde os noivos tinham o primeiro encontro nupcial para tornar as
mulheres fecundas, ou os que desejam sucessão.
Reza a lenda que aqui vieram D. Afonso V e a rainha D. Isabel
em 1451. Meses depois nasce a Santa Joana Princesa. O filho dos reis D. João
também aqui viria com a sua mulher D. Leonor em 1453.
Em Armamar destaca-se a Igreja Matriz dedicada a São Miguel
Arcanjo, restaurada nos anos 50 do século XX, a Capela do Espírito Santo de
1621 e um portal manuelino.
Em Salzedas o mosteiro monumental, e em Ucanha a ponte com
torre, e em Ferreirim o seu convento do século XVI com torre medieval e oito tábuas
de Cristóvão de Figueiredo.
Já no concelho de Tabuaço a Igreja de Vila Seca é uma das
mais belas da região, datada de 1695 tem altar-mor entalhado em ouro e 133
caixotões emoldurados em talha (35 na capela-mor e 98 no resto do templo) com
santos.
Antes de chegar a Tabuaço a igreja românica de Barcos.
Tabuaço tem igreja de arco românico no retábulo do
altar-mor, com exóticas mulheres de seios quase nus com cestos de frutas á
cabeça.
Mas o ex-líbris do concelho é o Mosteiro de São Pedro de Águias.
A história ou lenda começa com um santo muçulmano, que se
instalou no local no século X. Depois a historia da moura convertida, Ardinga
de seu nome e filha do emir de Lamego, que o pai manda degolar como castigo.
Mas documentada só num documento de 1170 sobre uma renuncia
de direitos sobre o mosteiro, e que se situava noutro local. Data dessa altura
a sua integração na jurisdição do Mosteiro de São João de Tarouca, e a sua
mudança para a Ordem de Cister. O que significa que os antigos monges era
beneditinos.
Em 1533 já os frades tinham partido, sendo ocupado por
indigentes que vestiam hábitos e se faziam passar por monges.
Viria a ser reconstruído, mas D. José (ou o Marquês de
Pombal) suprime o convento por ser inútil ao estado (a razão foi a vingança
contra os Távoras). Com a morte do rei e a subida ao trono da sua filha, D. Maria
I, torna-se a ocupar o mosteiro que vive do excelente vinho.
Com a abolição das ordens religiosas, em 1834, o povo deitou
fogo ao mosteiro e pilhou tudo. Desaparece o cartório e toda a riquíssima documentação.
Foi vendido pelo estado em 1842
a uma sociedade vinícola francesa.
O acesso faz-se por uma ponte, a fachada tem torre e um
nicho de São Pedro. Templo de uma só nave, tem claustro e um edifício de dois
pisos que foi paço e hospedaria.
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