quarta-feira, 13 de agosto de 2014

Tavora – Varosa

Fica entre os rios Távora e Varosa, e faz parte da chamadas “Terras do Demo”.
Junto ao Rio Balsemão, uns dos mais antigos monumentos da região e mesmo do país, a Igreja de São Pedro de Balsemão, que é afluente da margem esquerda do rio Varosa.
O templo é pré-muçulmano, suevo-bizantino, do século VI ou VII. O que resta do edifício da época está no interior da igreja, reedificada por Luís Pinto de Sousa Coutinho e sua mulher D. Catarina de Carvalho em 1643.

Curiosa a fachada da igreja de Figueira, já na descida para o Rio Douro, no lado direito do Rio Varosa, com um friso de 10 anjos gémeos. A igreja tem talha dourada na capela-mor e no arco triunfal. O tecto é de caixotes pintados, emoldurados por madeira talhada e coberta a ouro. Tem azulejos azuis e amarelos do século XV.

Mais a sul a Ermida de São Domingos da Queimada, local de belas vistas, deste protector contra a esterilidade. O edifício é do século XIII decorado a toda a volta com o escudo nacional. Curiosa a pedra-laje na saída da sacristia, onde os noivos tinham o primeiro encontro nupcial para tornar as mulheres fecundas, ou os que desejam sucessão.
Reza a lenda que aqui vieram D. Afonso V e a rainha D. Isabel em 1451. Meses depois nasce a Santa Joana Princesa. O filho dos reis D. João também aqui viria com a sua mulher D. Leonor em 1453.

Em Armamar destaca-se a Igreja Matriz dedicada a São Miguel Arcanjo, restaurada nos anos 50 do século XX, a Capela do Espírito Santo de 1621 e um portal manuelino.
Em Salzedas o mosteiro monumental, e em Ucanha a ponte com torre, e em Ferreirim o seu convento do século XVI com torre medieval e oito tábuas de Cristóvão de Figueiredo.

Já no concelho de Tabuaço a Igreja de Vila Seca é uma das mais belas da região, datada de 1695 tem altar-mor entalhado em ouro e 133 caixotões emoldurados em talha (35 na capela-mor e 98 no resto do templo) com santos.
Antes de chegar a Tabuaço a igreja românica de Barcos.
Tabuaço tem igreja de arco românico no retábulo do altar-mor, com exóticas mulheres de seios quase nus com cestos de frutas á cabeça.

Mas o ex-líbris do concelho é o Mosteiro de São Pedro de Águias.
A história ou lenda começa com um santo muçulmano, que se instalou no local no século X. Depois a historia da moura convertida, Ardinga de seu nome e filha do emir de Lamego, que o pai manda degolar como castigo.
Mas documentada só num documento de 1170 sobre uma renuncia de direitos sobre o mosteiro, e que se situava noutro local. Data dessa altura a sua integração na jurisdição do Mosteiro de São João de Tarouca, e a sua mudança para a Ordem de Cister. O que significa que os antigos monges era beneditinos.
Em 1533 já os frades tinham partido, sendo ocupado por indigentes que vestiam hábitos e se faziam passar por monges.
Viria a ser reconstruído, mas D. José (ou o Marquês de Pombal) suprime o convento por ser inútil ao estado (a razão foi a vingança contra os Távoras). Com a morte do rei e a subida ao trono da sua filha, D. Maria I, torna-se a ocupar o mosteiro que vive do excelente vinho.
Com a abolição das ordens religiosas, em 1834, o povo deitou fogo ao mosteiro e pilhou tudo. Desaparece o cartório e toda a riquíssima documentação. Foi vendido pelo estado em 1842 a uma sociedade vinícola francesa.

O acesso faz-se por uma ponte, a fachada tem torre e um nicho de São Pedro. Templo de uma só nave, tem claustro e um edifício de dois pisos que foi paço e hospedaria. 

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