A vila nasceu com o grande mosteiro no século X, e era misto
(frades e freiras). Fez-se depois só de freiras beneditinas, e posteriormente
pertenceu á Ordem de Cister.
D. Mafalda, filha do rei D. Sancho I apadrinha o mosteiro e é
aqui sepultada.
Reza a lenda que foram Londerigo e Vandilo, muçulmanos
convertidos, que fundaram o mosteiro de São Pedro.
Nesse mesmo século já estava em posse de Eileuva e Ansur
Godesteis, e foi Eileuva já viúva que torna o convento misto, quando ai se
recolhe com duas sobrinhas e respectivas criadas.
Mafalda entra no convento também viúva de Henrique I de Castela
que morre num jogo de pela, com 16 anos, o que deixa a rainha virgem sendo
anulado o casamento em 1220 pelo papa. Em 1224 sob acção da beata Mafalda mudam
para a protecção de São Bernardo, e recebe grandes riquezas.
Morre a ex-rainha em 1256 em Rio Tinto , e reza a
lenda que em leito de morte manda D. Mafalda colocar um pássaro sobre seu
corpo, e que seria sepultada no local onde o pássaro pousasse. O pássaro vai até
ao mosteiro de Arouca e ai morre. A fama de Rainha Santa começa, e devido aos
muitos milagres e beatificação em 1792.
Os fidalgos e os ricos querem ser abrigados no mosteiro e a
riqueza aumenta, sendo o edifício alterado nos séculos XV e XVI.
Sofre em 1725 um grande incêndio que só poupou a igreja e o
dormitório novo. É desta altura o edifício que hoje se vê.
Com a revolta liberal e a extinção das ordens religiosas,
morre em 1886 a
ultima freira e o mosteiro passa para posse do estado. A população opõem-se á saída
do espolio, tendo até servido como habitação da população da vila, o que levou
ao desaparecimento de peças, sendo algumas depois restituídas, e que hoje se
podem ver no seu riquíssimo museu de arte sacra.
A cozinha é enorme com mesa e chaminé em proporção. A Sala
do Capitulo tem magníficos painéis de azulejos do século XVIII. O coro baixo
tem um cadeiral preto com 104 lugares e 3 dezenas de pinturas entre as quais a
da beata Mafalda. Em todo o templo estátuas de Jacinto Vieira do século XVI. A
igreja é do arquitecto maltês Carlos Ginac.
Mas a vila não é só o mosteiro, há que ver a antiga casa da
câmara, a Igreja da Misericórdia de 1612 e com magníficos azulejos interiores,
a Casa dos Malafaias manuelina, um calvário sobrelevado de 1643, e capelas
espalhadas pela vila.
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