domingo, 17 de agosto de 2014

Arouca, o mosteiro

A vila nasceu com o grande mosteiro no século X, e era misto (frades e freiras). Fez-se depois só de freiras beneditinas, e posteriormente pertenceu á Ordem de Cister.
D. Mafalda, filha do rei D. Sancho I apadrinha o mosteiro e é aqui sepultada.
Reza a lenda que foram Londerigo e Vandilo, muçulmanos convertidos, que fundaram o mosteiro de São Pedro.
Nesse mesmo século já estava em posse de Eileuva e Ansur Godesteis, e foi Eileuva já viúva que torna o convento misto, quando ai se recolhe com duas sobrinhas e respectivas criadas.
Mafalda entra no convento também viúva de Henrique I de Castela que morre num jogo de pela, com 16 anos, o que deixa a rainha virgem sendo anulado o casamento em 1220 pelo papa. Em 1224 sob acção da beata Mafalda mudam para a protecção de São Bernardo, e recebe grandes riquezas.
Morre a ex-rainha em 1256 em Rio Tinto, e reza a lenda que em leito de morte manda D. Mafalda colocar um pássaro sobre seu corpo, e que seria sepultada no local onde o pássaro pousasse. O pássaro vai até ao mosteiro de Arouca e ai morre. A fama de Rainha Santa começa, e devido aos muitos milagres e beatificação em 1792.

Os fidalgos e os ricos querem ser abrigados no mosteiro e a riqueza aumenta, sendo o edifício alterado nos séculos XV e XVI.
Sofre em 1725 um grande incêndio que só poupou a igreja e o dormitório novo. É desta altura o edifício que hoje se vê.
Com a revolta liberal e a extinção das ordens religiosas, morre em 1886 a ultima freira e o mosteiro passa para posse do estado. A população opõem-se á saída do espolio, tendo até servido como habitação da população da vila, o que levou ao desaparecimento de peças, sendo algumas depois restituídas, e que hoje se podem ver no seu riquíssimo museu de arte sacra.
A cozinha é enorme com mesa e chaminé em proporção. A Sala do Capitulo tem magníficos painéis de azulejos do século XVIII. O coro baixo tem um cadeiral preto com 104 lugares e 3 dezenas de pinturas entre as quais a da beata Mafalda. Em todo o templo estátuas de Jacinto Vieira do século XVI. A igreja é do arquitecto maltês Carlos Ginac.


Mas a vila não é só o mosteiro, há que ver a antiga casa da câmara, a Igreja da Misericórdia de 1612 e com magníficos azulejos interiores, a Casa dos Malafaias manuelina, um calvário sobrelevado de 1643, e capelas espalhadas pela vila. 

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