Dizem que a cidade nasceu na modesta Povoa de Mileu, singela
capela românica. Posteriormente colocada numa das rotas de Santiago. Local de
variados achados arqueológicos da Idade do Ferro e do período românico, é certo
que é muito anterior á fundação de Portugal.
No entanto é no alto que ficam os principais monumentos.
È a terceira catedral que hoje é a Sé da Guarda. A primeira
foi mandada construir por D. Sancho I perto da Torre do Mirante. Do seu recheio
resta a imagem de Nossa Senhora da Consolação hoje no Museu Regional, linda na
sua ternura e inocência. Conta a lenda que a imagem era visigótica e que quando
dos ataques muçulmanos, ela foi soterrada, e que D. Sancho II sonhara com ela
mandado recado ao bispo D. Vicente que a encontrassem e a coloca-se na Sé.
A segunda catedral foi junto á Torre dos Ferreiros, no local
onde hoje está a Igreja da Misericórdia. O rei D. Fernando, sempre louco,
ordenou o seu derrube por estar fora das muralhas, não a mandando reconstruir dentro
das ditas.
Foi D. João I que mandou iniciar as obras da terceira e
actual catedral, e que iria tardar a sua construção até ao reinado de D. João
III. É uma obra de invulgar beleza com aspecto austero. O seu retábulo
esculpido em pedra calcária de Ançã, é uma das mais belas obras do género
atribuídas a João de Ruão.
Os Paços do Concelho são do tempo de D. Manuel I.
D. Sancho I concedeu grandes privilégios á cidade e deu-lhe
carta de foral em 1199, transferindo para aqui a sede da diocese da Egitânia, que
estava em Idanha-a-Velha.
D. Dinis e D. Isabel estiveram aqui em lua-de-mel.
Em 1384 o bispo D. Afonso Correia entrega as chaves da
cidade a D. Beatriz, mas o seu alcaide Álvaro Gil Cabral fecha-se no castelo e
mantêm-no fiel ao Mestre de Avis.
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