Antes dos finais do século XV; Portugal era o único país da
Europa onde os Judeus não erma perseguidos.
Foram expulsos de Inglaterra no Século XIII, de França no
século XIV, e depois da Alemanha, da Polónia, Rússia, Suiça. Em Itália só
podiam viver em guetos, sendo-lhes depois vedado o exercício do comércio,
actividades lucrativas, proibidos de exercer os seus direitos políticos e
cívicos, sobrecarregados de impostos. Apenas o Papa lhes deu protecção.
A primeira referência escrita sobre a sua presença em
Portugal data de 300 D.C.
Os Judeus introduziram a tipografia em Portugal no ano de
1487, desenvolveram a medicina, matemática, astronomia, sem os quais não teria
sido possível os Descobrimentos.
Ocupam lugares de destaque na corte de D. Dinis, alguns
foram mesmo embaixadores de Portugal junto dos Árabes. Era-lhes permitido ter
os seus próprios juízes, tinham as suas leis alimentares e o seu culto nas
sinagogas, embora substituindo o português nas liturgias. Alguns foram
agraciados com títulos de nobreza.
A boa relação entre Cristãos e Judeus permitiu o
desenvolvimento da cultura judaica em Portugal, como em nenhuma parte.
A influência de Espanha mudou completamente este cenário,
que instituiu a inquisição espanhola em 1478, tendo nos 8 anos seguintes sido
queimados 700 “convertidos”.
Em 1480 é decretado que não podiam entre os Cristãos. Em
1492 foram avisados que tinham 4 meses para se converter ao cristianismo, ou
eram mortos pela inquisição, ou obrigados a sair do país. Muitos refugiaram-se
em Portugal, mediante pagamentos. Não forma bem aceites pelos líderes da
comunidade judaica em Portugal.
Em Portugal começam as prisões de Judeus. Quando D. Manuel I
sobe ao trono manda-os libertar.
No entanto o pedido da mão de D. Isabel, filha dos reis
católicos de Espanha, alterou a situação dos Judeus em Portugal. Os reis de
Espanha exigiram a expulsão dos judeus do nosso país como requisito para a
realização do casamento. D. Manuel cedeu pois ambicionava unir os tronos dos
dois reinos sob tutela de Portugal. Foi decretado que todos os Judeus que não
se convertessem até á Páscoa de 1497, seriam expulsos. Depois proibi-os de
partirem, e por fim no Domingo de Páscoa prendeu os Judeus nas igrejas, e
baptizou-os á força lançando água benta sobre eles. Alguns suicidaram-se.
Os que proibiam os filhos de serem baptizados eram-lhes
retirados os filhos e postos em mosteiros e conventos, e alguns foram mandados
para São Tomé e Príncipe, onde estabeleceram a indústria do açúcar.
Na segunda-feira seguinte decretou que todos os Judeus em
Portugal eram Cristãos Novos, ludibriando os reis espanhóis e casando com D.
Isabel. Chegando a Portugal D. Isabel exigiu a criação da inquisição
portuguesa, que só foi autorizada pelo Papa quatro anos depois.
Entretanto os padres vindos com a rainha começaram a pregar
o anti-semitismo.
Durante uma procissão do Corpo de Deus, provocaram uma
chacina dos Judeus em Lisboa, que demorou 3 dia a controlar.
Com a morte de D. Manuel I, e a consequente expiração da
protecção aos Judeus, 11 anos depois em 1532, voltou-se á perseguição embora o
Papa protege-se os Cristãos Novos.
Com a chegada dos Filipes ao trono português a pilhagem da
inquisição começa em força. A
tortura torna-se prática comum e ferozmente macabra, mas nem todas as vítimas
eram Judeus, homossexuais, e mesmo os padres da Sociedade de Jesus, rivais da
inquisição. As mulheres também não escapavam. Raros eram considerados inocentes
e as prisões duravam em média 3 anos.
Os Autos-de-Fé eram realizados em Lisboa, Coimbra e Évora:
Alguns foram queimados já mortos em caixões.
A fuga dos Judeus foi enorme. A Turquia foi o país que
melhor acolheu os Judeus, que levaram com eles o tabaco, bem como o seu
comércio em toda a Europa, que durou até ao holocausto nazi.
Antuérpia tornou-se o centro de comércio na Europa, com a
ida de Judeus portugueses. Lisboa torna-se uma cidade decadente. Posteriormente
deslocaram-se para Amesterdão. Foram os Judeus da Turquia que enviaram os
primeiros bolbos de tulipas para a Holanda. Também introduziram o comércio de
diamantes e de chocolate. A Holanda torna-se assim o primeiro império do norte
da Europa.
Com a marinha obsoleta e escassa não houve muito a fazer. Os
navios holandeses mais rápidos e ágeis começaram a atacar os navios e as
possessões portuguesas.
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