domingo, 16 de dezembro de 2012

A Inquisição Portuguesa


Antes dos finais do século XV; Portugal era o único país da Europa onde os Judeus não erma perseguidos.
Foram expulsos de Inglaterra no Século XIII, de França no século XIV, e depois da Alemanha, da Polónia, Rússia, Suiça. Em Itália só podiam viver em guetos, sendo-lhes depois vedado o exercício do comércio, actividades lucrativas, proibidos de exercer os seus direitos políticos e cívicos, sobrecarregados de impostos. Apenas o Papa lhes deu protecção.

A primeira referência escrita sobre a sua presença em Portugal data de 300 D.C.
Os Judeus introduziram a tipografia em Portugal no ano de 1487, desenvolveram a medicina, matemática, astronomia, sem os quais não teria sido possível os Descobrimentos.
Ocupam lugares de destaque na corte de D. Dinis, alguns foram mesmo embaixadores de Portugal junto dos Árabes. Era-lhes permitido ter os seus próprios juízes, tinham as suas leis alimentares e o seu culto nas sinagogas, embora substituindo o português nas liturgias. Alguns foram agraciados com títulos de nobreza.
A boa relação entre Cristãos e Judeus permitiu o desenvolvimento da cultura judaica em Portugal, como em nenhuma parte.

A influência de Espanha mudou completamente este cenário, que instituiu a inquisição espanhola em 1478, tendo nos 8 anos seguintes sido queimados 700 “convertidos”.
Em 1480 é decretado que não podiam entre os Cristãos. Em 1492 foram avisados que tinham 4 meses para se converter ao cristianismo, ou eram mortos pela inquisição, ou obrigados a sair do país. Muitos refugiaram-se em Portugal, mediante pagamentos. Não forma bem aceites pelos líderes da comunidade judaica em Portugal.
Em Portugal começam as prisões de Judeus. Quando D. Manuel I sobe ao trono manda-os libertar.
No entanto o pedido da mão de D. Isabel, filha dos reis católicos de Espanha, alterou a situação dos Judeus em Portugal. Os reis de Espanha exigiram a expulsão dos judeus do nosso país como requisito para a realização do casamento. D. Manuel cedeu pois ambicionava unir os tronos dos dois reinos sob tutela de Portugal. Foi decretado que todos os Judeus que não se convertessem até á Páscoa de 1497, seriam expulsos. Depois proibi-os de partirem, e por fim no Domingo de Páscoa prendeu os Judeus nas igrejas, e baptizou-os á força lançando água benta sobre eles. Alguns suicidaram-se.
Os que proibiam os filhos de serem baptizados eram-lhes retirados os filhos e postos em mosteiros e conventos, e alguns foram mandados para São Tomé e Príncipe, onde estabeleceram a indústria do açúcar.
Na segunda-feira seguinte decretou que todos os Judeus em Portugal eram Cristãos Novos, ludibriando os reis espanhóis e casando com D. Isabel. Chegando a Portugal D. Isabel exigiu a criação da inquisição portuguesa, que só foi autorizada pelo Papa quatro anos depois.

Entretanto os padres vindos com a rainha começaram a pregar o anti-semitismo.
Durante uma procissão do Corpo de Deus, provocaram uma chacina dos Judeus em Lisboa, que demorou 3 dia a controlar.
Com a morte de D. Manuel I, e a consequente expiração da protecção aos Judeus, 11 anos depois em 1532, voltou-se á perseguição embora o Papa protege-se os Cristãos Novos.
Com a chegada dos Filipes ao trono português a pilhagem da inquisição começa em força. A tortura torna-se prática comum e ferozmente macabra, mas nem todas as vítimas eram Judeus, homossexuais, e mesmo os padres da Sociedade de Jesus, rivais da inquisição. As mulheres também não escapavam. Raros eram considerados inocentes e as prisões duravam em média 3 anos.

Os Autos-de-Fé eram realizados em Lisboa, Coimbra e Évora: Alguns foram queimados já mortos em caixões.
A fuga dos Judeus foi enorme. A Turquia foi o país que melhor acolheu os Judeus, que levaram com eles o tabaco, bem como o seu comércio em toda a Europa, que durou até ao holocausto nazi.
Antuérpia tornou-se o centro de comércio na Europa, com a ida de Judeus portugueses. Lisboa torna-se uma cidade decadente. Posteriormente deslocaram-se para Amesterdão. Foram os Judeus da Turquia que enviaram os primeiros bolbos de tulipas para a Holanda. Também introduziram o comércio de diamantes e de chocolate. A Holanda torna-se assim o primeiro império do norte da Europa.
Com a marinha obsoleta e escassa não houve muito a fazer. Os navios holandeses mais rápidos e ágeis começaram a atacar os navios e as possessões portuguesas.

Sem comentários: