Praticou o seu primeiro acto oficial com 11 anos.
Aos 12 anos cai de uma varanda, no Paço de Santos-O-Velho,
entrando em estado de coma. Sobreviveu, tal como de uma Pleuresia.
O pai D. Manuel I, rouba-lhe a noiva, D. Leonor, irmão de D.
Carlos, rei de Castela, dando-lhe a ideia de que o pai era superior em tudo ao
filho, física e intelectualmente, e de que D. João III era fraco, idiota e
maricas. Qual não é o espanto da ex-noiva quando o encontra em Castelo de Vide.
Um rapagão entroncado, cintura proporcionada, olhos verdes e azuis expressivos.
Três anos esteve casado D. Manuel I, e quando soube que a
mulher e o filho tinham um caso incestuoso, definhou até á morte. O caso entre
D. Leonor e o já rei D. João III ainda durou algum tempo.
D. João III foi um reformador, começando pelo ensino.
Transfere a Universidade de Lisboa para Coimbra. Não porque
fosse um letrado, ou um mecenas da cidade do Mondego. Lisboa para ele
representava um perigo para a Universidade, pois devido aos viajantes e
mercadores, os livros “incómodos” chegavam ai mais depressa, e naturalmente.
Também o fez como vingança contra os professores de Lisboa,
que ridicularizavam a sua pouca queda para os estudos, e pelo facto de eles não
lhe prestarem vassalagem e obediência.
A experiência não correu bem ao principio, pois os
catedráticos de Lisboa recusavam-se a ir para Coimbra, e os seus substitutos,
alguns judeus e outros do norte da Europa, depressa se viram a contas com a
Inquisição. A Universidade tornou-se inútil, castrada, conservadora, não
permitindo o mais leve pensar fora dos seus cânones.
Instaurou o Santo Oficio, sendo mais papista que o papa.
Pouco chorou pela morte de sue pai, de quem tinha poucas
afinidades. D. João III só tinha gosto para os actos de religiosidade.
Nessa altura Portugal não tinha industria e era deficitário
em agricultura, quase tudo era importado. Portugal estava preso á Idade Média.
O estilo de vida era muito precário e baixo, não havia conforto doméstico. A
nação era praticamente analfabeta.
Tinha Damião de Góis, 23 anos quando D. João III o enviou
para Antuérpia, como escrivão da feitoria. Foi ele que negociou o casamento do
Infante D. Luís (irmão de D. João III), com a filha do rei da Polónia, D.
Segismundo. Nas suas viagens conheceu Lutero e Meláncton.
Em 1538 casa em Haia com Joana Van Hangen.
A sua primeira obra vê a luz do dia em 1532. No entanto em
1540 forma apreendidas várias obras suas em Portugal, a mando do cardeal D.
Henrique, inquisidor-mor.
Damião de Góis não se conforma e escreve ao cardeal.
Em 1545 chamam-no a Lisboa para aio do Infante D. João, mas
Simão Rodrigues, confessor do princepe e jesuíta, denuncia-o á Inquisição.
Damião de Góis recolhe-se em Alenquer, onde passa 3 anos. É
depois nomeado Guarda da Torre do Tombo.
Mas a Inquisição estava de olho nele, foi denunciado várias
vezes. Acabou por ir parar ao Palácio dos Estaus, preso sem acusação nem
testemunhas, durante ano e meio.
Pouco tempo depois morre com o corpo meio queimado.
370 anos depois, quando das obras de recuperação do seu
túmulo, foi o corpo exumado, descobrindo-se que foi assassinado.
D. João III extingue a feitoria da Flandres em 1548.
Passou os seus esforços para a descoberta do Reino de Preste
João, o que custou a vida a muitos homens, e muito dinheiro aos cofres.
Abandona as praças atlânticas de Arzila, Azanor, Safim e Alcácer Ceguer.
Morreu rodeado de frades.
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