A ilha da Madeira é a mais importante do arquipélago, com
741 km2, e a 1 000 km
de Lisboa e 500 da costa africana. A ilha de Porto Santo fica a 50 km da ilha da Madeira, com
41 km2. O arquipélago fica completo com as ilhas selvagens e as desertas, não
habitadas em permanência.
Reza a história que foram descobertas por João Gonçalves
Zarco em 1419, e foram colonizadas pela pequena nobreza e servidores da casa do
Infante D. Henrique. A introdução da cana do açúcar levou para a ilha muitos
mercadores italianos, flamengos e alemães. No século XVI já habitavam a ilha 18
000 pessoas.
Em 1514 foi criada a diocese do Funchal, por insistência do
rei D. Manuel I junto do papa Leão X, passando todos os territórios ultramarinos
para a sua dependência. Funchal é a capital do maior centro urbano tanto do
arquipélago como do país. A instalação dos colonos ao princípio obedeceu á disposição
natural do terreno, tendo sido com D. Manuel I que surgiu a preocupação de
reordenar a urbe, e que a eleva a cidade criando o seu rossio.
A Sé do Funchal é a mais importante construção manuelina da
cidade, e que começou a ser construída em 1493, e acabada em 1517. Tem 3 naves
com transepto saliente e cabeceira com 3 capelas, abobadadas de cruzaria
ogival. O tecto é mudéjar de entrelaçados geométricos, rosas e moçarabes, bem
ao estilo do renascimento do centro da Europa. Ao lado ergue-se uma elegante
torre com corochéu. O portal tem estrutura do gótico final. O retábulo mor tem
3 filas de painéis unidos por estruturas entalhadas e imagens, sendo o único que
se mantêm inalterado do período manuelino até hoje. O magnífico cadeiral é de
1508, é o original, composto por 2 filas de cadeiras e esculturas em relevo de grande
qualidade, com imagens dos apóstolos de fina decoração.
A Alfandega Velha também foi mandada construir pelo rei D. Manuel
I, sendo o portal muito interessante.
Na Ribeira Brava a Igreja Matriz teve origem numa capela
fundada no tempo de D. Fernando, irmão de D. Afonso V e pai de D. Manuel I, e
que era duque de Beja. O templo de hoje é maior devido a um aluvião que destruiu
parte da capela. O arco da entrada da Capela do Santíssimo Sacramento é
manuelino, com estrutura em gótico flamejante, com um gosto pelo exótico de
quinhentos. O púlpito tem uma excepcional misula com um anjo, e a pia baptismal
também é digna de ser vista.
Na Ponta do Sol, a Igreja Matriz é de1846, tem uma só nave
com capela-mor a conformar com a cabeceira, ambas rectangulares. Tem duas capelas
no cruzeiro tardo góticas. A Capela do Santíssimo Sacramento tem talha delicada
e belos elementos fitomórficos. O tecto é mudéjar na capela-mor impressionante do
século XVI.
Na Calheta a Igreja do Espírito Santo é a matriz, e conserva
a estrutura manuelina. O tecto está completo com esteira central octogonal alongada,
dourado e de desenho rico mudéjar muito miúdo.
Santa Cruz tem a sua Igreja de São Salvador, matriz, documentada
desde 1479 quando Gil Eanes institui uma capela da invocação de Jesus, chamada de
igreja velha. A igreja nova foi feita a pedido de D. Manuel I em 1502. A fachada tem dois contrafortes
com portal ogival e um óculo. Tem torre sineira junto á cabeceira e encimada por
um corochéu piramidal. Tem 3 naves de arcaria simples, sendo a capela-mor coberta
por abóbada com as armas reais, o escudo de Portugal e a Cruz de Cristo. O portal
da sacristia é de duplo vão e decoração fora do comum. Das capelas laterais destacam-se
a Capela de São Tiago com escudo de armas, trado gótica com capiteis naturalistas
e com arco de volta perfeita.
Machico tem a sua Nossa Senhora da Conceição, a matriz com estrutura
manuelina, tendo sido concluída em 1529. A capela-mor foi demolida em 1535 e feita
de novo em 1537. A
Igreja é essencialmente manuelina. O portal é ogival de pendor naturalista, feito
com pedra da ilha e óculo. Tem outro portal lateral com colunelos de mármore branco.
A capela-mor e as 3 capelas do flanco são góticas, duas que fazem um falso transepto.
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