domingo, 28 de setembro de 2014

De Belém ao Castelo

São duas das zonas mais visitadas, e apreciadas pelos turistas que visitam a capital portuguesa.
Foi na praia do Restelo que o Infante D. Henrique mandou construir uma capela no local onde hoje está o Mosteiro dos Jerónimos. Desde D. Afonso III que Lisboa se tornou a capital do reino, quando a corte de instalou na alcáçova do castelo, que D. Manuel I muda para o Paço da Ribeira.
O Mosteiro dos Jerónimos ocupa a Praça do Império com uma fachada de quase 200 metros. Virada para o Rio Tejo. A Igreja, o claustro real e o grande dormitório virando para a praia, é do arquitecto Boytac, a cobertura da igreja e tudo o posterior deve-se a João de Castilho. A poente fica o enorme dormitório dos frades de 2 andares, hoje ocupados pelo Museu de Arqueologia e da Marinha.
A igreja tem 2 portais principais em pedra lioz, diferentes. O virado para o Tejo é uma das jóias do manuelino, organiza-se numa escala sem igual para a época. Representa um retábulo de Nossa Senhora de Belém, com apóstolos, evangelistas e o Infante D. Henrique. O axial é do francês Nicolau Chanterene com os retratos de D. Manuel e de D. Maria, com os santos protectores, os apóstolos, e cenas da infância de Cristo. È do tipo salão e uma das mais notáveis de toda a Europa com finos pilares de nervuras quase plana. Sob o coro alto estão os túmulos de Camões e de Vasco da Gama, ambos neo-manuelinos do século XIX.
A Capela-Mor e o transepto albergam os túmulos dos reis D. Manuel I, D. João III, esposas e descendência. Nas capelas do transepto estão o rei D. Sebastião e D. Henrique. O claustro real possui 2 andares com decoração naturalista, mas com temas já renascentistas. O Coro Alto tem o cadeiral feito por Diego de Zarza, a melhor peça de marcenaria maneirista portuguesa, bem como um enorme Cristo crucificado do escultor Philippe de Vries. O refeitório é gótico. A Sala do capitulo tem um belo portal esculpido e guarda o tumulo de Alexandre Herculano.

A Torre de Belém também é manuelina, é de autoria de Francisco de Arruda, e foi construída entre 1515 e 1519. É um baluarte poligonal com uma torre de menagem ao estilo medieval. A reforma de 1848 alterou a decoração, fruto da imaginação delirante dos restauradores oitocentistas.

O Museu Nacional de Arte Antiga conserva das mais belas colecções de arte do país.
Uma delas é os painéis de São Vicente. Redescobertos no século XIX pertenceram ao altar de São Vicente da Sé de Lisboa, e são uma das mais extraordinárias pinturas da história ocidental. Atribui-se a Nuno Gonçalves, pintor de D. Afonso V, que encomendou esta obra a enaltecer a protecção do santo aos portugueses em Marrocos.
Também contem a famosa Custodia de Belém, de 1506 e é um dos maiores símbolos do poder do monarca.

A Igreja da Conceição Velha pertenceu aos cavaleiros da Ordem de Cristo, que no século XVI a engrandeceram e a tornaram uma das mais notáveis da capital. O portal é de 1518 composto por um arco com duas arquivoltas esculpidas, é ladeado por 2 pilares tipicamente manuelinos. Tem nichos que representam a Anunciação.
Destaca-se a representação de Nossa Senhora da Misericórdia, obra de grande qualidade, em que a senhora protege debaixo do seu manto as diversas classes sócias.

Perto a Casa dos Bicos, um belo exemplo da arquitectura do inicio do século XVI. Foi mandada construir pelo filho do governador da Índia, Afonso Albuquerque, construída sob umas antigas salgas junto ás velhas muralhas.
A fachada é feita com pedra facetada em ponta de diamante. Os andares que rumam em 1755 com o terramoto, foram reconstruídos em 1983, mas com as molduras dos vãos são em metal, para diferenciar.


O Castelo de São Jorge é do tempo islâmico, e saiam daqui as muralhas mouras, e de que hoje pouco resta, especialmente do lado nascente, junto á Igreja do Menino Deus. Depois da reconquista em 1147 foi aqui a morada dos monarcas até que D. Manuel I a mudou para o Paço da Ribeira, embora alguns monarcas o habitassem por temporadas como D. Sebastião.

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