quinta-feira, 7 de março de 2013

A reconstrução da Baixa de Lisboa


Manuel da Maia apresenta ao Duque de Lafões, Regedor das Justiças, em 4 de Dezembro de 1755, 5 propostas para a reconstrução da cidade após o terramoto de 1755.
A primeira era a reconstrução total da Baixa tal como estava antes. A segunda previa a manutenção dos edifícios e alargamento da ruas. A terceira diminuía a altura dos edifícios e tornava as ruas mais largas. A quarta proposta era arrasar toda a Baixa e aproveitar o entulho para suavizar as encostas, melhorando a drenagem das águas, a quinta, e última, desprezava a baixa e criava uma nova cidade com o centro entre Alcântara e Pedrouços.

A 12 de Maio de 1758 é anunciado o novo plano para a cidade de Lisboa. Um mês depois o Marquês de Pombal envia ao Duque de Lafões o plano aprovado, com instruções para o pôr em prática. Nesse plano eram definidas 3 artérias principais, a Rua Nova (actual Rua do Comércio), a do Ouro e a Augusta. Teriam de largura 60 palmos (13,2 m) e 10 palmos de cada lado (2,2m) para passeios. No meio das ruas seriam construídos colectores de esgotos subterrâneos.
A Rua da Prata é dotada das mesmas larguras. As transversais teriam as cocheiras e cavalariças. Também são definidas as igrejas que deverão ser reconstruídas e a sua localização.
Um ano depois da aprovação do plano começam as obras.

Em 5 de Novembro de 1760 é publicado um decerto que localiza as actividades comerciais na Baixa. Em 15 de Novembro recebem os novos nomes.
A Rua do Comércio fica para os capelistas, a Rua do Ouro para os ourives de Ouro, a Rua Augusta para as lãs e as sedas, a da Prata para os ourives de prata e livreiros, e a dos Fanqueiros para quinquilharias e fancaria.
As secundárias tiveram nomes dos padroeiros das antigas igrejas e capelas, e dos artífices que nelas trabalhavam (nomes que ainda hoje se mantêm).
Em 1775 é criada a Praça da Figueira para o mercado das frutas e hortaliças, que tinha sido proibido no Rossio.

Do plano inicial apenas existiram 3 modificações: a Praça da Figueira, a Estação Sul e Sueste (1931) e a avenida marginal (1947).
O processo de recuperação desenvolveu-se lentamente. A falta de recursos dos proprietários foi um dos entraves, bem como a resistência ás novas directivas urbanísticas da Baixa. Tal fez com que fosse permitido construir mais um piso do que o projecto inicial, contrariando a opinião de Manuel da Maia, (falecido em 1768).
100 Anos depois a lembrança do terramoto tinha desaparecido, e os interesses dos proprietários vencido. Dos iniciais 3 pisos e sótão, foram acrescentados mais 2 ou 3 pisos.


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