Manuel da Maia apresenta ao Duque de Lafões, Regedor das
Justiças, em 4 de Dezembro de 1755, 5 propostas para a reconstrução da cidade
após o terramoto de 1755.
A primeira era a reconstrução total da Baixa tal como estava
antes. A segunda previa a manutenção dos edifícios e alargamento da ruas. A
terceira diminuía a altura dos edifícios e tornava as ruas mais largas. A
quarta proposta era arrasar toda a Baixa e aproveitar o entulho para suavizar
as encostas, melhorando a drenagem das águas, a quinta, e última, desprezava a
baixa e criava uma nova cidade com o centro entre Alcântara e Pedrouços.
A 12 de Maio de 1758 é anunciado o novo plano para a cidade
de Lisboa. Um mês depois o Marquês de Pombal envia ao Duque de Lafões o plano
aprovado, com instruções para o pôr em prática. Nesse
plano eram definidas 3 artérias principais, a Rua Nova (actual Rua do
Comércio), a do Ouro e a Augusta. Teriam de largura 60 palmos (13,2 m ) e 10 palmos de cada
lado (2,2m) para passeios. No meio das ruas seriam construídos colectores de
esgotos subterrâneos.
A Rua da Prata é dotada das mesmas larguras. As transversais
teriam as cocheiras e cavalariças. Também são definidas as igrejas que deverão
ser reconstruídas e a sua localização.
Um ano depois da aprovação do plano começam as obras.
Em 5 de Novembro de 1760 é publicado um decerto que localiza
as actividades comerciais na Baixa. Em 15 de Novembro recebem os novos nomes.
A Rua do Comércio fica para os capelistas, a Rua do Ouro
para os ourives de Ouro, a Rua Augusta para as lãs e as sedas, a da Prata para
os ourives de prata e livreiros, e a dos Fanqueiros para quinquilharias e
fancaria.
As secundárias tiveram nomes dos padroeiros das antigas
igrejas e capelas, e dos artífices que nelas trabalhavam (nomes que ainda hoje
se mantêm).
Em 1775 é criada a Praça da Figueira para o mercado das
frutas e hortaliças, que tinha sido proibido no Rossio.
Do plano inicial apenas existiram 3 modificações: a Praça da
Figueira, a Estação Sul e Sueste (1931) e a avenida marginal (1947).
O processo de recuperação desenvolveu-se lentamente. A falta
de recursos dos proprietários foi um dos entraves, bem como a resistência ás
novas directivas urbanísticas da Baixa. Tal fez com que fosse permitido
construir mais um piso do que o projecto inicial, contrariando a opinião de
Manuel da Maia, (falecido em 1768).
100 Anos depois a lembrança do terramoto tinha desaparecido,
e os interesses dos proprietários vencido. Dos iniciais 3 pisos e sótão, foram
acrescentados mais 2 ou 3 pisos.
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