terça-feira, 30 de agosto de 2011

Fajão

Data de 1233 o Foral que D. Pedro Mendes, prior do Mosteiro de Folques, deu à povoação do “Seira”, a que também chamavam de “Fajão”.

O Cadastro da População de Reino de 1527, mandado elaborar por D. João III, revela-nos que o concelho de Fajão tinha 30 vizinhos distribuídos pelos lugares de Fajão, Cavaleiros e Ceiroco, respectivamente com 24, 2 e 4 vizinhos.

Em 1594 encontrava-se na jurisdição de Coimbra, em virtude das terras do Mosteiro de Folques pertencerem a Santa Cruz de Coimbra. No princípio do séc. XVII, em 7 de Fevereiro de 1604 teve início a demarcação do termo de Fajão, que abrangeu um vasto território que ia da cabeça de Gandulfo, nas proximidades do Picoto de Cebola, passando pela selada de Portelo, até às covas do Rabalvo e atingindo a estrada que ia para Casegas.

Fajão tinha, em 1801, 713 habitantes e foi sede de concelho até 24 de Outubro de 1855, integrando as freguesias de Dornelas, Fajão, Janeiro de Baixo, Unhais-o-Velho, Vidual de Cima e Teixeira. Nesta data, o concelho foi extinto passando a integrar o de Pampilhosa, juntamente com as suas freguesias à excepção de Teixeira que integrou o de Arganil.

Em 1730, António Carvalho da Costa atribui-lhe 204 habitantes e informa que aquela terra era abundante em linho e no seu concelho havia dois juízes ordinários, dois vereadores, um procurador, um escrivão da Câmara, um juiz dos órfãos com respectivo escrivão, um tabelião, um alcaide e uma companhia de ordenanças.

Em 1758, sabemos que era vila, cabeça de concelho, pertencia à comarca da Guarda e ao Bispado da cidade de Coimbra. Tinha câmara e juiz ordinário confirmado Corregedor da cidade da Guarda. Os senhores eram o reverendíssimo padre reitor e mais cónegos regulares da congregação reformada de Santo Agostinho do Colégio Novo do Real Mosteiro de Santa Cruz de Coimbra. Pertenciam ao concelho os lugares de Cavaleiros, Ceiroquinho, Ceiroco e Covanca. O lugar das Bouças pertencia a Góis; enquanto Porto da Balsa, Castanheira e Ponte de Fajão pertenciam a Vila Cova. A vila tinha 35 vizinhos e os lugares: Sobrais, 3; Cavaleiros de Cima, 6; Cavaleiros de Baixo, 6; Bouças, 9; Ceiroquinho, 8; Ceiroco; Covanca, 3; Camba, 2; Porto da Balsa, 2; Castanheira, 3; Vale do Pardeiro, 2, totalizando 99 vizinhos que correspondia a 342 pessoas. Nesta data, os frutos da terra em maior abundância eram a castanha, pão, algum milho e mel. Tinha, em 1849, 3.359 habitantes.

A igreja paroquial, cuja construção teve o seu início em 2/6/1788, foi edificada no adro do templo anterior. A capela-mor foi benzida em 1 de Janeiro de 1789 pelo padre José de Almeida, por provisão do Bispo Conde D. Francisco de Lemos. Existiam ainda as seguintes ermidas: Capela de São Salvador (já existia, em 1698), capela de Nossa Senhora da Guia, que deve ter sido construída em 1860, capela do Senhor dos Milagres, na Mata teve licença para a bênção passada em 24/7/1878, da Transfiguração do Senhor, em Cavaleiros de Cima; São Domingos e Nossa Senhora das Graças (particular, edificada em 1728), em Cavaleiros de Baixo; Santo António, em Bouças, Ceiroco e Ceiroquinho; Nossa Senhora da Paz, na Ponte; Santo Aragão, em Castanheira; Nossa Senhora da Natividade, no Porto da Balsa; Santo Amaro, na Covanca.

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