terça-feira, 10 de fevereiro de 2015

Os mitos do Manuelino

Afonso Domingues – Mestre do Mosteiro da Batalha

Boytac – Arquitecto que viveu em Portugal nos finais do século XV. Foi mestre-de-obras régio, e um dos maiores do Manuelino, sendo responsável entre outros pela Igreja do Convento de Jesus em Setúbal, o Mosteiro dos Jerónimos em Lisboa, e o Mosteiro da Batalha, onde está sepultado.

Afonso Brás de Albuquerque – Filho do governador Afonso de Albuquerque. Foi baptizado de Brás por vontade do rei D. Manuel I, e adoptou o nome do pai em sua honra. No reinado de D. João III foi vedor da fazenda, e presidente do senado de Lisboa. Mandou construir a Quinta da Bacalhoa em Azeitão.

Cristóvão de Figueiredo – Pintor nos reinados de D. Manuel I e D. João III

Diogo Ortiz de Vilhegas – Nascido em Calzadilla no reino de Leão, vem para Portugal como capelão da rainha D. Joana em 1476. Em 1491 D. João II nomeia-o bispo de Tanger, tornando-se seu capelão em 1494. Foi depois em 1500 bispo de Ceuta, e em 1504 bispo de Viseu, promovendo a construção da abóbada manuelina da sé. Foi escolhido para professor dos infantes pelo rei D. Manuel I, nomeando-o seu testamenteiro em 1517.

Diogo de Azambuja – Nasceu em 1432, serviu o filho do Infante D. Pedro, Duque de Coimbra. Em 1458 na batalha de Alcácer Ceguer ao lado de D. Afonso V. D. João II nomeado vedor-mor em 1487. Com D. Manuel i manda edificar várias fortalezas no norte de África. Morre em 1518.

Diogo de Castilho – Nasce em 1493 em Santader, Espanha. Veio para Portugal com seu irmão João de Castilho. Participou nas obras do Mosteiro dos Jerónimos, nos paços reais de Coimbra, entre outros. Em 1527 recebe honras na cidade do Porto, e em 1547 é nomeado cavaleiro da cas real. Morre em 1574.

Diogo de Arruda – Foi um dos mais destacados criadores do Manuelino, trabalhou nos paços reais de Santarém, e foi um dos mais notáveis arquitectos militares, principalmente nas praças do norte de África.

Diogo Pires-o-Moço – Filho de Diogo Pires, foi escultor, sendo as suas obras mais emblemáticas o tumulo de Diogo de Azambuja na Igreja dos Anjos, em Montemor-o-Novo, o frontal do altar da Sé Velha de Coimbra, a pedra tumular do bispo D. Álvaro, e a capela-mor da Igreja de São Marcos.

D. Diogo de Sousa – Uma das mais importantes figuras do humanismo em Portugal, frequentou as universidades de Salamanca e Paris, onde se doutorou. Em 1493 D. João II manda-o a Roma para prestar obediência ao papa Alexandre VI, e em 1505 é a vez de D. Manuel I o enviar na mesma viagem ao papa Júlio II, sendo nomeado arcebispo de Braga. Está sepultado na capela de Jesus na Sé de Braga.

Egas Moniz – Tutor de D. Áfonos Henriques, foi ele que devido ao seu penhor da palavra parente D. Afonso VII de Leão, pôs á disposição do monarca a sua vida e da sua família. Foi nomeado por D. Afonso Henriques mordomo-mor, o cargo mais importante da cúria. Encontra-se sepultado no Mosteiro de Paço de Sousa, por ele enriquecido.

Francisco de Arruda – Arquitecto régio, trabalhou com o seu irmão Diogo no Convento de Cristo, em Tomar em 1512. Em 1514 estava nas obras dos Jerónimos em Lisboa, e entre 1515 e 1519 foi o responsável pela Torre de Belém. Também foi responsável pela Igreja da Conceição em Elvas, e o aqueduto da Água de Prata em Évora.

Gaspar Vaz – Pintor que manteve a sua actividade entre 1514 até ao ano de 1568, um ano antes da sua morte. Trabalhou em Lisboa, na oficina de Jorge Afonso, com Vasco Fernandes, Garcia Fernandes e Gregório Lopes.

Garcia Fernandes – Pintor entre 1514 e 1565, é o conhecido mestre de Ferreirim, onde pintou o seu retábulo. Tem obras espalhadas por todo o país.

Gil Eanes – Navegador que pela primeira vez passou a sul do Cabo Bojador, após 10 anos de tentativas, navegando 50léguas após o cabo. D. Henrique fê-lo escudeiro de sua casa.

Gil Vicente – Ourives e poeta, é de sua autoria a famosa Custódia de Belém, a maior obra de ourivesaria portuguesa religiosa. Esteve ao serviço da rainha D. Leonor, e foi mestre da Balança da Casa da Moeda de Lisboa.

Gregório Lopes – Pintor entre 1513 e 1550. Foi pintor régio de D. Manuel I e de D. João III, e cavaleiro da ordem de Santiago. Executou obras no Mosteiro de São Francisco em Lisboa, no Mosteiro de Ferreirim, e no Convento de Cristo.

Gualdim Pais – Membro da nobreza minhota, governou a ordem militar do templo entre 1157 e 1195, sendo o seu primeiro mestre. Encarregue da defesa da fronteira do Rio Tejo após a reconquista, recebeu terras em doação, como a que onde hoje está o castelo de Tomar.

João de Castilho – Arquitecto biscainho, natural de Santader, efectuou os seus estudos em Nápoles. Em 1517 trabalhou no Mosteiro dos Jerónimos, dirigindo as obras a partir de 1522. Trabalhou no Convento de Cristo em Tomar, no Mosteiro de Alcobaça, e no Mosteiro da Batalha. Também trabalhou em Mazagão (Marrocos).

João de Ruão _ Escultor francês, chega a Portugal em 1517. Tem obra numerosa espalhada entre o centro e o norte, retábulos e figuras de vulto, como o da Sé da Guarda.

Jorge Afonso – Pintor régio em 1508, foi vedor das obras de pintura nos reinados de D. Manuel I e de D. João III. Das suas mais importantes obras destacam-se os quadros da charola do Convento de Cristo, e as cenas da infância de Jesus em Setúbal. Foi mestre de outros pintores que ensinou na sua oficina de Lisboa.

D. Jorge de Almeida – Irmão de D. Francisco de Almeida, foi eleito bispo em 1481, com apenas 25 anos de idade, recebendo a ordem sacerdotal em 1485, e a ordenação episcopal em 1488. Foi sua a contratação de Olivier de Gand para fazer o retábulo da capela-mor da Sé Velha de Coimbra. Escreveu importante obra “Constituições do Bispado” (em 1521), ainda hoje um valioso estudo.

Luís de Camões – Um dos maiores vultos da literatura portuguesa, Autor de Os Lusíadas, obra-prima da literatura renascentista, onde descreve a epopeia marítima dos portugueses, sendo editada em 1572. Teve vida agitada, sendo degredado por duas vezes para oriente.

Marcos Pires – Arquitecto do Mosteiro de Santa Cruz de Coimbra e do Claustro do Silêncio.

Mateus Fernandes – Mestre-de-obras em Santarém, nas fortificações da ilha da Madeira e no Mosteiro de Alcobaça. Dirigiu as obras do Mosteiro da Batalha a partir de 1490. A sua obra-prima é exactamente o portal de acesso das capelas imperfeitas, panteão de D. Duarte de 1509.

Nicolau Chantere – Escultor francês que trabalhou em Portugal entre 1517 e 1551, foi o pioneiro da introdução do renascimento em Portugal, sendo da sua autoria o portal axial do Mosteiro dos Jerónimos, o retábulo do Palácio da Pena em Sintra, e obras em Coimbra e Évora.

Nuno Gonçalves – Um dos pintores mitos de Portugal, pintou entre 1450 e 1492. Foi nomeado pintor régio de D. Afonso V em 20 de Julho de 1450. Em 1470 foi nomeado cavaleiro da casa real e um ano mais tarde pintor da cidade de Leiria.

Olivier de Gand – Escultor flamengo autor do monumental retábulo da Sé Velha de Coimbra, obra impar da escultura flamenga em Portugal. Ao serviço de D. Manuel I executou as esculturas em madeira de tamanho natural, para a charola do Convento de Cristo em Tomar.

Pedro Alvares Cabral – Nascido em Belmonte, era filho do alcaide-mor. Casa com uma das filhas de Afonso de Albuquerque. Foi agraciado por D. João II com uma renda anual. Comandou a armada que em 22 de Abril de 1500 descobriu oficialmente o Brasil, atracando em Porto Seguro.

Dom Sesnando – Governador de Coimbra, filho de moçarabes que detinham grandes propriedades em Tentúgal, Montemor-o-Velho. Vai em 1026 para Sevilha como prisioneiro dos muçulmanos, ocupando depois cargos importantes. Foge para junto do rei de Leão e Castela, Fernando Magno. A 9 de Julho de 1064 conquista Coimbra, depois de 6 meses de cerco, e torna-se seu governador com o titulo de conde.

Vasco da Gama – Capitão-mor da armada que chegou á Índia, partindo de Lisboa em 1497. D. Manuel I nomeia-o almirante-mor do mar das Índias. Volta a realizar mais duas viagens, em 1502 e em 1524, a ultima já como vice-rei das Índias.




sexta-feira, 30 de janeiro de 2015

Cronologia do manuelino

É de datação duvidosa, e de muita polémica discussão, o que se chama a época dos Descobrimentos. Alguns situam-na entre os reinados de D. Manuel I e D. João II, outros incluem a obra do Infante D. Henrique, e alguns começam a contar a partir da descoberta da Ilha da Madeira, outros apenas com a passagem pelo Cabo Bojador.
Sendo exacto ou não, atrevo-me a datar a chamada “era das descobertas” entre os anos de 1415 e 1536.
Poderá dizer-se que a reconquista de Ceuta aos mouros, com D. João I, o primeiro rei da segunda dinastia, deu inicio a uma cruzada que levou os portugueses além mar, e a povoar tantas terras, e a um estilo de arte a que se chamou o manuelino.

Em 1428 o pintor Van Eyck faz uma viagem a Portugal e traz o conhecimento do gótico europeu.
Em 1433 morre D. João I sucedendo-lhe D. Duarte, que tem um reinado curto de 5 anos, iniciando a regência de D. Pedro em nome do rei D. Afonso V, ainda menor.
Em 1449 D. Pedro morre na Batalha da Alfarrubeira.
Em 1450 Nuno Gonçalves é feito pintor do rei. No ano seguinte morre o Infante D. Henrique, o mentor da gesta dos Descobrimentos.
Em 1471 dá-se a tomada de Arzila em Marrocos, sendo Nuno Gonçalves eleito pintor das obras de Lisboa.
10 anos mais tarde morre D. Afonso V, iniciando-se o reinado de D. João II

No seu reinado inicia-se, em 1485, a construção do Convento dos Lóios em Évora.
Em 1490 D. Manuel, duque de Beja, manda edificar a Igreja de São Tiago de Soure. Um ano mais inicia-se a Igreja dos Lóios em Évora.
Em 1492 funda-se o Hospital Real de Todos-os-Santos, em Lisboa, e que desapareceu com o terramoto de 1755. Nesse ano em que Cristóvão Colombo realiza a sua primeira viagem, os judeus são expulsos de Espanha, e acolhidos em Portugal pelo rei D. João II. Dois anos depois, em 1494 é celebrado o Tratado de Tordesilhas. Funda-se a primeira tipografia em Portugal, e João Rianho é nomeado mestre-de-obras da Igreja de Vila do Conde.
Em 1495 morre D. João II, e D. Manuel I é aclamado rei, expulsando os judeus um ano mais tarde.

Em 1497 Vasco da Gama parte para a Índia.
Em 1498 fundam-se as Misericórdias. D. Manuel I manda reedificar a Sé de Silves em 1499, decorrendo também grandes obras no Convento do Carmo em Coimbra.
Em 1500 é descoberto, oficialmente, o Brasil por Pedro Alvares Cabral. Começam obras importantes no Paço da Ribeira em Lisboa, para onde se muda o rei e a corte, em 1501 inicia-se a construção do Mosteiro dos Jerónimos.
Em 1502 constrói-se o Convento de Santo António em Serpa, e o Convento de São Domingos em Lisboa. Gil Vicente tem o seu Auto da Visitação ou Monólogo do Vaqueiro, representado na corte, em castelhano, a celebrar a maternidade da rainha, D. Maria, mãe do futuro rei D. João III. Nasce Damião de Góis.
Em 1503 Nuno Vaz é nomeado mestre-de-obras da carpintaria da cidade de Lisboa, decorrendo obras na Igreja de São Julião. Nesse ano concluem-se as obras da Igreja da Misericórdia de Arzila, e constrói-se a primeira feitoria em Cochim, Índia.
Em 1504 recomeçam as obras da Sé da Guarda, e terminam as da capela-mor da Igreja da Colegiada em Barcelos, tendo no ano seguinte se reiniciado as da sé de Viseu.
Em 1506 é concluída a Custodia de Belém, encomendada pelo rei D. Manuel I á oficina de Gil Vicente. Pedro Afonso vai trabalhar para as Canárias, Fernão Gomes é mestre-de-obras na Fortaleza de Quiloa, Tomás Fernandes de fortificações no Indico, João Vaz na Fortaleza de Sofala em Moçambique, e é construído o castelo da Ilha de Socotorá.

Em 1507 Tomás Fernandes começa a construção da Fortaleza de Ormuz. Boytac inicia a reconstrução da Igreja de Santa Cruz em Coimbra, ao mesmo tempo que faz as obras no Convento da Pena em Sintra. O Convento de São Francisco e a Igreja Matriz da Ribeira Brava também estão em obras.
Em 1508 Jorge Afonso é nomeado pintor régio, e Francisco Daudilho trabalha na recuperação das muralhas de Almeida, Castelo Rodrigo e Castelo Bom. Terminam as obras da Igreja do Pópulo nas Caldas da Rainha, decorrem obras no Convento da Conceição em Beja e Pedro Anes constrói a Alfandega do Funchal. São feitas obras na Igreja de Santa Cruz na Ilha da Madeira, e é ampliado o Paço da Vila de Sintra.
Em 1509 continuam as obras das Capelas Imperfeitas na Batalha com Mateus Fernandes e Boytac. João Castilho acaba a capela-mor da Sé de Braga, Iniciam-se as obras da Igreja de Cochim.
Em 1510 terminam as obras de São João Baptista em Tomar, ao mesmo tempo que Diogo de Arruda começa a sua empreitada no Convento de Cristo. Francisco de Arruda reedifica as muralhas de Moura, Mourão e Portel. Pêro Galego constrói o Convento de Santa Ana em Viana do Castelo. Decorrem obras de recuperação das muralhas de Lisboa e Évora, e iniciam-se as de Goa. Nesse mesmo ano nasce Fernão Mendes Pinto.
Em 1511 João de Castilho toma de empreitada a finalização de Igreja Matriz de Vila do Conde, enquanto decorrem as de Alcácer Ceguer, e se edifica a Fortaleza de Malaca.

Em 1513 Diogo Pires-o-Velho constrói a Capela dos Almeida da Igreja de Vouzela.
Em 1514 começam as obras da Igreja Matriz da Batalha, enquanto Boytac trabalha no Mosteiro. Rodrigo Afonso começa a construção da Capela de São Jerónimo em Belém (Lisboa). Iniciam-se as obras da Fortaleza de Mazagão. Um ano depois Boytac dirige as obras do Mosteiro dos Jerónimos, e começam as da Torre de Belem por Francisco de Arruda.
Em 1516 Boytac é substituído por João de Castilho nas obras dos Jerónimos. É terminada a Sé da Guarda, e construída a Igreja de São Julião de Setúbal. Em Arzila constrói-se o Convento de São Francisco.
Em 1517 Nicolau Chanterene trabalha no portal principal do Mosteiro dos Jerónimos. Marco Pires encarrega-se das obras do Mosteiro de Santa Cruz, e do Paço Real de Coimbra. Reiniciam-se as obras da Igreja Matriz de Azurara, e iniciam-se as do Convento de São João em Setúbal, da Igreja de Nossa Senhora da Assunção em Elvas, e do refeitório do Mosteiro dos Jerónimos. Terminam as obras da Igreja Matriz da Praia da Vitoria.
Em 1518 João de Castilho acumula as obras dos Mosteiros dos Jerónimos, e de Alcobaça. Inicia-se a construção do Convento de São Bernardo em Portalegre,a Igreja Matriz de Mazagão em Marrocos, e o Convento de Santa Clara em Estremoz.
Em 1519 Boytac trabalha no Mosteiro da Batalha. Edifica-se a catedral de Safi em Marrocos. Pedro Nunes é nomeado mestre-de-obras do Paço Real de Almeirim, enquanto finaliza a Torre de Belém. Fernão de Magalhães parte para a sua viagem de circum-navegação.

Em 1520 são executadas obras na Armaria de Lisboa, Mosteiro de São Francisco de Lisboa, claustro do Convento de São Bernardo em Portalegre, claustro de São Bento de Castris em Lisboa, Ponte de Ribeira Brava e Azamor.
Em 1521 morre o arquitecto Marcos Pires, terminando-se o Claustro do Silencio de Santa Cruz de Coimbra. Realizam-se as obras da capela-mor da Igreja de Machico, constrói-se o Convento de São Francisco em Goa. Morre D. Manuel I sucedendo-lhe D. João III.
Em 1522 começa-se a fechar a abobada do Mosteiro dos Jerónimos em Lisboa, e terminam-se as obras do claustro do Convento do Espinheiro em Évora. No ano seguinte são feitas obras nas igrejas de Évora, Alcobaça, Cela, Alvorninha e Aljubarrota.
Em 1524 Duarte Coelho edifica o claustro da Sé de Lamego, e termina-se o Mosteiro de São Domingos em Lisboa.
Em 1525 começa-se a Capela dos Coimbra em Braga. Executa-se o portal do Hospital do Espírito Santo de Arraiolos, acaba-se o castelo de Celicut na Índia, e Brenardo Anes é eleito mestre-de-obras do Mosteiro de Almoster.
Em 1527 amplia-se o Mosteiro de Santa Cruz, em 1528 termina-se a capela-mor da Igreja de Atalaia no Ribatejo, e em 1529 a capela-mor da Igreja de Góis.
Em 1530 termina-se a Igreja de São Quintino em Sobral de Monte Agraço, o Convento de São Bernardo em Portalegre, e o Paço da Audiência de Lima no Peru.
Em 1531 morre Diogo de Arruda, sendo substituído pelo seu irmão Francisco. Inicia-se a construção do castelo de Evoramonte, tendo no ano seguinte acabado as obras da Igreja Matriz da Batalha.

Em 1533 iniciam-se as obras da Igreja Matriz de Ponta Delgada, em 1535 a capela de D. Fradique em Estremoz, e a ultima obra do manuelino em 1536 a Torre dos Azevedo em Barcelos. 

terça-feira, 30 de dezembro de 2014

O manuelino açoriano

O arquipélago dos Açores fica a meio caminho entre a Europa e a América.
Diz a historia que Gonçalo Velho Cabral chegou á ilha de Santa Maria em 1431. A primeira capitania foi a das ilhas de Santa Maria e São Miguel, que se desdobraram em 1474.
O primeiro convento foi construído em Vila Franca do Campo, na ilha de São Miguel, mas foi destruído pelo enorme sismo de 1522.
O século XV foi o grande impulsionador da importância das ilhas açorianas, tendo a vila de Angra sido elevada a cidade, e crida a nova diocese em 1534.

A ilha de São Miguel é a maior com 760 km2, de forma obliqua de 65 km por 12. A descoberta da ilha ocorreu entre 1426 e 1439, ano em que se deu o povoamento.
Ponta Delgada é a sua capital, e como tal teve muitos monumentos da época manuelina, mas os terramotos, especialmente o de 1522, destruiu muito dele.
A Igreja de São Sebastião é a matriz da cidade, tem elementos renascentistas e tardo góticos. Os portais têm estruturas complexas e impressionam pela qualidade. No interior existem duas capelas com abóbadas fora do comum, e a capela-mor com abobodamento muito complexo.
Vila Franca do Campo foi capital da ilha de São Miguel até 1522 quando o enorme sismo a destruir por completo, matando a maioria dos seus habitantes. A tenacidade da população fez com que se erguesse novamente a povoação no mesmo local, refazendo os templos.
Do século XVI ficou apenas a igreja matriz dedicada a São Miguel é um edifício gótico tradicional de quatrocentos. A porta axial tem cariz vegetalista, complexo e flamejante, em voga na época também na ilha da Madeira.

A ilha Terceira tem 382 km2, também oblonga de 29 km2 por 17,5, e chamou-se primeiro de ilha de Nosso Senhor de Jesus Cristo ou do Bom Jesus, tendo sido colonizada em 1450 por Jácome de Bruges. Vasco da Gama aportou aqui aquando do regresso da sua viagem á Índia em 1497 e 1498, vindo aqui a falecer, o seu irmão Paulo da Gama, que ficou sepultado no Convento de São Francisco em Angra de Heroísmo.
Angra teve a sua diocese em 1534, e criou um complexo defensivo extenso, forte de São João de um lado e o de São Sebastião do outro. São Sebastião foi a primeira povoação da ilha Terceira e recebeu carta de foral em 1503.
A sua igreja matriz atesta a sua história, é um edifício tardogotico, tendo sido infelizmente destruídos muitos pormenores da igreja, especialmente a talha.

A Praia da Vitória foi sede da primeira capitania da ilha entre 1456 e 1474, sendo elevada a cidade em 1640, tendo um importante conjunto arquitectónico, destacando-se a igreja matriz e a igreja do Senhor Santo Cristo e das Misericórdias. Aqui se deu a Batalha da Salga em 1581, e em 1582 foi aclamado rei de Portugal, D. António, contra o rei Filipe II de Espanha.

A igreja matriz, de Santa Cruz, conserva ainda alguns elementos manuelinos, apesar da reforma do século XVIII, tem um naturalismo vigoroso que não se encontra em mais nenhum lado. No interior as capelas de São Francisco, e a do Senhor dos Aflitos, tem abobadas de nervuras. O portal axial é naturalista com gablete de tradição da Batalha. 

RODAS DE LISBOA CARRIS

Carris - Eletrico Carreira 12 - 1996