quinta-feira, 18 de setembro de 2014

Terras da Raia

Existem térreas que pela sua localização provocam um efeito dramático visualmente, mas ao mesmo tempo de uma beleza invulgar.
O concelho de Idanha-a-Nova é um desses locais. Um enorme planalto com afloramentos rochosos impressionantes.

Monsanto destaca-se pela sua localização e antiguidade. A povoação começou no castelo, como era normal em termos de guerra. Com o tempo a povoação desceu mas os vestígios ficarem, como a capela românica de São Miguel com as suas sepulturas escavadas na rocha, e a Torre do Pião, a Igreja da Senhora do Castelo.
A actual Monsanto divide-se entre as igrejas de Santo António e a do Espírito Santo. A Torre do relógio tem no cima a réplica do galo que recebeu em 1938 num concurso para eleger a mais portuguesa aldeia de Portugal.
As casas mais antigas aproveitaram os próprios penedos como paredes e até tectos, o que lhes dá uma fisionomia irregular e única.
Todos os 3 de Maio a população faz a sua Festa das Cruzes. Levam 2 potes pintados de branco ao cimo do castelo, cheios de flores, e atira-nos pelas ameias do castelo, para lembrar o cerco espanhol ao castelo e que foi levantado quando a população atirou um vitelo cheio de pão pela muralha. Os espanhóis pensarem, erradamente, que o castelo estava atulhado de mantimentos enquanto eles passavam fome e partiu.
As mulheres fazem as marafonas, bonecas típicas da região (sem boca, orelhas e olhos), que as acompanham ao castelo, dançam e cantam com elas, e depois deitam-nas sobre as camas, num ritual de fertilidade e contra as trovoadas. Não terem olhos, ouvidos, nariz e boca evitam saber e comentar o que se passa no quarto.
Isolada está a Capela de São Pedro de Vir-á-Corça, tem estilo moçarabe e rosácea circular.

Também esta zona é rica em terras de fronteira devido ao facto do Rio Tejo ser aqui limite com Espanha.
Monforte da beira tem uma fortaleza antiga a atestar a sua origem.
Rosmaninhal também foi praça-forte. A igreja domina a vila com campanário de 3 sinos. Junto a Casa de Câmara e o pelourinho de colunas torsas. Na parte baixa a Capela do Espírito Santo já ao estilo alentejano.
Segura tem antes da entrada da vila, a Capela de Santa Marinha. A terra tem uma torre branca, a Casa da Câmara e o pelourinho. Do castelo já nada resta, e a igreja matriz não está no local original, e a da Misericórdia é manuelina e tem portal em arco, e encimada por um gablete, tem uma inscrição que diz ser: “Vede as chagas do meu coração, orando aqui, serás ouvido no céu”. A ponte romana liga-a a Espanha.
Salvaterra do Extremo também já perdeu o seu castelo, mas mantêm o pelourinho, a Casa da Câmara com torre contígua e a Igreja Matriz, com torres robusta e com 2 sinos.
Penha Garcia ainda conserva o castelo, pequeno, por não ser terra de fronteira.



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