segunda-feira, 31 de março de 2014

O Eléctrico em Lisboa

Em 1872 foi fundada a Companhia Carris de Ferro de Lisboa, que tinha autorização para instalar os “carros americanos” (tramways), carruagens puxadas por tracção animal sobre carris.
A 17 de Novembro de 1873 foi inaugurada a primeira linha entres Santos e Santa Apolónia.
A 17 de Setembro de 1887 a Carris já explorava 3 linhas, adicionando a do Corpo Santo – Largo do Rato (1880) que dai bifurcava para a Estrela e para o Príncipe Real, e as entre o Rossio e os Anjos (1881). Consegue o monopólio da exploração por 99 anos, findo o qual passava para a posse do município. A degradação dos outros serviços torna a Carris a preferida dos alfacinhas.
Em 1875 eram mais de 3 milhões a utilizarem, em 1898 já eram mais de 11 milhões de passageiros anuais.

Em 1888 a Carris consegue autorização da câmara municipal para alterar a bitola, que ainda hoje se mantêm, para evitar o uso por outras companhias.
Em 31 de Agosto de 1901 era inaugurada a primeira linha de eléctricos entre o Cais do Sodré e Ribamar (Algés), depois de uma grande polémica sobre o modelo a seguir (com ou sem trólei). Foi um sucesso. Os americanos são totalmente retirados em 1905.
O eléctrico contribui para a extensão da cidade, e dá origem a bairros como o do Areeiro, Benfica, Carnide e Lumiar.
A 8 de Setembro a linha era prolongada ao Dafundo, no dia 15 nascia a linha Rossio - Alexandre Herculano, e a Conde Barão – São Paulo, a 29 chegavam a Santa Apolónia.
Em 1902 chegam ao Areeiro, Benfica, São Bento, Largo do Rato, Estrela e Anjos.
Em 1905 chegam a Gomes Freire, em 1906 á Graça, em 1914 é inaugurada a linha Camões – Estrela, em 1915 a Martin Moniz – São Tomé.

A expansão dos anos 20 leva os eléctricos a Carnide, Ajuda e Alto de São João.
Depois foram poucas as novas linhas, o prolongamento á Cruz Quebrada, a ligação entre o Calvário e a Tapada da Ajuda (a actual), a da Rua de Campolide.
A 1 de Abril de 1945 começam os encurtamentos nas linhas, acentuados em 1947 e 1950.
Em 1958 foi inaugurada a ultima extensão da rede entre o Alto de São João e a Rua Madre de Deus, pela Avenida Afonso III. Nessa altura a rede de linhas tinha 145 km.
Em 1959 com a inauguração do metropolitano as linhas têm alterações significativas. São suprimidas as carreiras que circulam no eixo do metro, sendo encurtadas á Praça do Chile e ao Saldanha.
Em 1962 os eléctricos desaparecem do Saldanha, devido á reconfiguração da praça.
Em 1966 devido á construção da ponte é cortada a ligação entres Alcântara e o Calvário.
Em 1971 os eléctricos deixam de ir ao Lumiar devido ás alterações no Campo Grande.
Em 1972 são retirados os últimos eléctricos da Avenida da República, tal como do Areeiro devido ao novo arranjo da praça, e deixam de ir definitivamente ao Rossio (carreira 28).
Em 1973 deixam de circular os eléctricos para Benfica e Carnide. Restavam 90 km de linhas.

Em 1975 as carreiras 31/32 são suprimidas, em 1980 começam as obras de modernização dos carris e da rede aérea, em 1982 as 22/23 deixam de circular deixando São Bento sem eléctricos, em 1984 as carreiras 10/11 (sendo o 28 prolongado ao Martim Moniz).
Em 1986 é inaugurada uma nova linha 10 entre o Cais do Sodré e Campolide para substituir os autocarros da carreira 15, até virem novos autocarros que os substituíssem (durou até 1991).
Em 1990 é eliminada a carreira 27, sendo a 24 dividida em duas, a 23 entre o Campo das Cebolas e a Praça do Chile, e a 24 entre o Alto de São João e o Largo do Carmo.
Em 1991 desaparecem as linhas de circulação, eliminadas as 26e a 29/30, passando a 25 a circular entre o Corpo Santo e Gomes Freire. A 20 é encurtada também a Gomes Freire e a Rua de São Lázaro e o Campo Santana vêem desaparecer os eléctricos. Também a carreira 19 deixa de circular, retirando o eléctrico das Janelas Verdes.
Em 1992 é eliminada a carreira 23 e acaba a remodelação da rede já sem eléctricos na Avenida Afonso III.

Em 1993 encurta-se a carreira 17 ao Campo das Cebolas, e em 1994 a carreira 24 passa a fazer terminal no Cais do Sodré, e a 25 passa para o Largo do Carmo devido é eliminação da linha entre o Largo do Rato e Gomes Freire. A 20 é suprimida, deixando o Conde Redondo, a Alexandre Herculano e São Mamede sem eléctricos.
Em 1996 os eléctricos deixam o Carmo, a Ferreira Borges e as Amoreiras, passando 0 25 para os Prazeres.
Depois é a antiga primeira circular a ver desaparecer as linhas 17 e 24, e Campolide, São Sebastião, Arco Cego, Praça do Chile e Alto de São João perdem os eléctricos.



Sem comentários: